FIGURA 61 - INFRAESTRUTURA DO VALE DO RIO COTINGO
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ALTO |
MÉDIO COTINGO |
BAIXO COTINGO |
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ESCOLAS (*) |
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DO GOVERNO ESTADUAL |
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3 |
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DAS COMUNIDADES INDÍGENAS |
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DAS COMUNIDADES NÃO INDÍGENAS |
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- |
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GOVERNO |
MALOCAS |
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1 |
ESTADUAL |
FAZENDAS |
- |
3 |
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FUNAI |
1 |
1 |
- |
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PARTICULARES |
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TELEFONE |
- |
- |
1 |
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POSTO MÉDICO |
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GOVERNO DO ESTADO |
- |
2 |
2 |
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PISTA DE POUSO OPERACIONAIS |
- |
7 |
1 |
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1 |
9 |
- |
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SEM INFORMAÇÃO |
- |
22 |
11 |
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(*) Ver figuras 62, 63 e 64 (**) Ver figura 65 |
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3.11.5.1- Escolas na região do Rio Cotingo
FIGURA 62 - ESCOLAS DO GOVERNO DO ESTADO EM MALOCAS
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Contão |
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Olho D’água |
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Araça |
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Maloquinha (?) |
FIGURA 63- ESCOLAS CONSTRUÍDAS PELAS COMUNIDADES INDÍGENAS E MANTIDAS PELO GOVERNO ESTADUAL
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Maravilha |
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Limão |
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Canta Galo |
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Caraparú I |
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Caraparú II |
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Pedra Petra |
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Serra do Sol |
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Piolho |
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Bananal |
Amorim |
Lilás |
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Socó |
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Pedra Branca |
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Topo do Gavião |
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Caju |
FIGURA 64 - ESCOLAS DAS COMUNIDADES NÃO INDÍGENAS
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Vila Socó |
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Mato Grosso |
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Fazenda São Jorge |
FONTE: Secretaria de Educação do Estado de Roraima - 1994
FIGURA 65 - FONIA NO VALE DO RIO COTINGO
MALOCAS:
GOVERNO |
FUNAI |
PARTICULAR |
VILA/FAZENDA |
CONTÃO |
SERRA DO SOL |
GARIMPO SUAPI |
VILA SOCÓ |
BANANAL |
PIOLHO |
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FAZ.SANTO ANTONIO DO PÃO |
CAJÚ |
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FAZ. CAMPO GRANDE |
SOCÓ |
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TELEFONIA RURAL:
Placas - Particular
3.11.5.2. Posto Médico das comunidade Indígenas do Vale Rio Cotingo
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4 - PROGNÓSTICOS
4.1- GENERALIDADES
Dentro da metodologia definida para o ZEE-RR, com relação ao Vale do Rio Cotingo, foram estabelecidos alguns cenários futuros para a região, que visam com a sua integração promover o desenvolvimento econômico-social e ambiental desta área.
Na análise integrada que resultou o modelo de ecodesenvolvimento proposto neste texto, ilustrado pela figura 66 em anexo, procurou-se além da análise ambiental e dos potenciais econômicos, alternativas para a melhoria de qualidade de vida das populações que aí vivem (indígenas, fazendeiros, funcionários públicos, comerciantes, garimpeiros, etc).
A primeira atividade projetada como cenário futuro foi o de turismo ecológico cênico que é uma forma de preservar o meio ambiente regional, promover a entrada de divisas para o país e gerar recursos para o Estado, Municípios e principalmente para as populações indígenas da área. O turismo ecológico cênico, nos moldes em que é feito na Venezuela, no Parque Nacional de Canaima, limítrofe com a Bacia do Cotingo permite às populações indígenas o gerenciamento de pequenas empresas que cuidam do atendimento aos turistas, o que vai permitir além das vantagens econômicas um resgate cultural destas etnias através da divulgação de artesanato, usos e costumes, músicas, danças, lendas, sempre utilizando a língua nativa.
A atividade de mineração regularizada procura dar um novo rumo para as atividades ilegais e altamente degradadoras do meio ambiente regional que consiste do garimpo clandestino.
A mineração regularizada na forma de empresas ou de cooperativas irá permitir uma melhor qualidade ambiental, impostos para a União e o Estado, respeito às leis trabalhistas e o carreamento de receita aos habitantes da área, principalmente às comunidades indígenas.
A agropecuária, atividade já desenvolvida na região com sucesso, com pouco apoio tecnológico e de financiamentos irá ser consolidada neste modelo, tornando a área da Bacia do Cotingo com uma grande importância no cenário da produção agropecuária do Estado de Roraima.
Permeando todos os cenários baseados em potenciais atuais levantados no diagnóstico do ZEE da Bacia do Rio Cotingo vamos ter as vias de comunicação e a geração de energia hidrelétrica que serão os fatores alavancadores do ecodesenvolvimento da área, trazendo junto com o processo econômico uma humanização social e principalmente uma proteção ambiental.
FIGURA 66 - CENÁRIOS FUTUROS PARA A BACIA DO RIO COTINGO
4.2- PROPOSIÇÕES DE CENÁRIOS FUTUROS
4.2.1- Turismo Ecológico Cênico
O Turismo Ecológico Cênico é um dos maiores potenciais na porção Norte da Bacia do Rio Cotingo, tanto que foi criado o Parque Nacional do Monte Roraima através do Decreto Federal 97.887 de 25/06/89 que vai ter mais de 50% na área da Bacia do Rio Cotingo, e tem como proposta permitir aos turistas brasileiros e estrangeiros a visitação organizada de uma das belezas cênicas de importância ímpar na Amazônia e até no Brasil. No momento a área ainda não foi demarcada e nem possui plano de manejo para que possam ser iniciadas as atividades para que foi previsto.
Nosso país vizinho, a Venezuela, faz com que a mesma área fronteiriça, dentro do Parque Nacional de Canaima, arrecade uma parcela significativa de sua renda nacional em inúmeros empreendimentos turísticos, principalmente dirigidos aos estrangeiros, normalmente com a participação das comunidades indígenas da região (Pemons) no seu gerenciamento.
A área proposta para a atividade de Turismo Ecológico Cênico na Bacia do Rio Cotingo além de ter uma parcela significativa do Parque Nacional do Monte Roraima, engloba áreas de Floresta Densa Montana e Serras mais ao sul, com uma ocupação predominante da etnia Ingarikó, que poderão vir a ser, junto com outras etnias da região, os mais beneficiados com tal atividade que permitiria uma melhoria radical de sua qualidade de vida com a manutenção e até resgate da sua cultura. A maloca central da Serra do Sol poderá vir a ser a base logística para todas as atividades que se desenvolvam na execução do turismo ecológico na região, o que demandaria a implantação de infra-estruturas mínimas necessárias na área (aeroporto, pousadas indígenas, etc).
Ao sul da Bacia do Rio Quinô teríamos uma outra área de bastante potencial para o Turismo Ecológico Cênico, composto por áreas serranas e quedas d’água, sem nenhuma utilização até o momento.
4.2.2- Mineração Regularizada
Atualmente o Vale do Rio Quinô é a área do Rio Cotingo que apresenta elevado potencial mineral e maior exploração.
Infelizmente a exploração mineral na área está se fazendo de uma forma altamente degradadora do meio ambiente através do garimpo clandestino, com envolvimento das comunidades Indígenas da área, apoiados pela FUNAI, com a participação direta dos indígenas tanto nas atividades extrativas como principalmente através de concessões de áreas aos não índios.
O Rio Quinô, abaixo da Comunidade Central da Maloquinha está totalmente arrasado, sem curso definido, os desmontes dos barrancos estão destruindo as lavouras de subsistência das comunidades indígenas e até áreas com habitações. As águas do Rio Quinô, com elevadíssimo teor de sólidos em suspensão, alteram de uma forma absurda a qualidade das águas do Rio Cotingo, que não consegue mais se recuperar até a sua Foz no Rio Surumu.
O modelo proposto de uma mineração regularizada, com tecnologias que aumentem a produtividade de minério de ouro e de diamantes e, principalmente, que reduzam a níveis aceitáveis os efluentes gerados no processo. Além disso seria necessária a regularização de tal atividade junto ao DNPM, CDN e principalmente junto ao Congresso Nacional, visando com isto beneficiar os grupos indígenas da área de influência direta, que poderiam ter junto às mineradoras organizadas ou cooperativas legalizadas, uma participação significativa nos lucros gerados. A Maloca Central da Maloquinha poderá sem dúvida liderar e até gerenciar estas atividades na área.
4.2.3- Sistema Hidrelétrico do Cotingo
A implantação do Sistema Hidrelétrico do Rio Cotingo será sem dúvida um fator de desenvolvimento econômico-social de grande importância para Roraima, em especial para a região Nordeste do estado. Numa primeira fase serão gerados 136 MW com uma área de inundação de 27,8Km2 o que mostra um índice de 4,89 MW/Km2 ou 0,2Km2/MW, que vai ser um dos mais baixos do Brasil e de maior eficiência ambiental da Amazônia.
O lago da hidrelétrica, independentemente de ser pequeno e de não afetar significativamente os ecossistemas naturais e populações regionais, poderá gerar oportunidades que irão desde a disseminação da piscicultura comercial, navegação, recreação e outros usos múltiplos até a regularização do médio e baixo Rio Cotingo, permitindo atividades agrícolas no inverno em diversas áreas.
A instalação de um centro de pesquisas regional junto às instalações da barragem trará muitos benefícios às comunidades da região, bem como ajudará a atualização de informações da Bacia do Rio Cotingo, como principalmente fornecerá subsídios para a atualização ou alterações no zoneamento ecológico-econômico da área.
4.2.4- Malocas Indígenas Centrais
SERRA DO SOL
Esta comunidade Ingarikó, com quase 200 habitantes e uma área de influência de 10 outras pequenas comunidade que soma aproximadamente 1.000 habitantes é um centro de importância na região do Alto Rio Cotingo.
Na exploração do turismo ecológico cênico da área do Alto Rio Cotingo, tal como foi citado, a Maloca Central da Serra do Sol, com a implantação de infra-estruturas básicas pode sem sombra de dúvidas liderar o gerenciamento deste processo.
MALOQUINHA
É hoje o maior núcleo indígena do vale do Rio Quinô com quase 200 habitantes fixos e tendo como área de influência 4 malocas menores com uma população de aproximadamente 400 pessoas.
Esta comunidade sofreu e ainda sofre os efeitos negativos da intensa atividade garimpeira que se instalou há alguns anos na área sem nenhum controle, com o apoio e participação de muitos membros da comunidade indígena.
Caso haja condições de implantar-se na área uma atividade ordenada e legalizada de mineração, este centro poderá polarizar o gerenciamento e apoio básico a esta ação proposta.
4.1.5- Polo Regional Placas/Contão
Caso se concretizem os cenários futuros da ligação rodoviária Lethen-Georgetown e a construção da usina Hidrelétrica do Cotingo, somado às conseqüências do desenvolvimento da Bacia do Cotingo como um todo, a área hoje ocupada pela pequena atividade comercial de beira de estrada denominada de Placas e pelo Centro de Apoio à Maloca do Contão(Escola Estadual, Comércio e Campo de Pouso) teremos uma posição de destaque em um nó rodoviário que centralizará as rodovias estaduais RR 202, RR 171 e RR 319. A primeira faz a ligação Normandia com o entroncamento da BR 174 junto ao Surumu; a segunda liga Água Fria à área proposta como Polo Regional; e a terceira é a ligação à Boa Vista via Balsa do Passarão, possível caminho que irá tomar a linha de transmissão de Cotingo para Boa Vista.
4.2.6- Sub-Polo Regional Água Fria
Atualmente esta vila tem por volta de 500 habitantes e vive economicamente da atividade garimpeira no Rio Cotingo, em franco declínio, e do apoio às corrutelas do Caju e Puxa Faca que se encontram na sua área de influência, com uma população bastante flutuante que não chega a ultrapassar 100 pessoas.
Com o enchimento do lago da Hidrelétrica do Cotingo esta área poderá vir a sofrer inundação de parte de áreas habitadas, necessitando algum deslocamento. Água Fria poderá vir a ser um sub-polo regional de importância devido às articulações que terá com a concretização da atividade mineral regularizada proposta para o Vale do Rio Quinô, com a utilização racional dos usos múltiplos do lago do reservatório e como ponto de passagem quase obrigatória do fluxo turístico previsto para o Norte da Bacia do Cotingo e para as áreas a Oeste de Água Fria.
4.2.7- Arroz Irrigado
Boa parte do setor ocidental do Baixo vale do Rio Cotingo possui condições ideais para a implantação de culturas de ciclo curto irrigadas, onde se destaca o arroz. Com melhores estudos localizados e com a possibilidade de eletrificação rural da área teremos a perspectiva de uma área de alta produtividade que se estende fora da Bacia do Cotingo para as margens do Rio Surumu.
A facilidade de transporte via RR-319 ou RR-202 para Boa Vista é um outro fator de bastante importância que deve ser levado em consideração nos estudos de viabilidade desta atividade.
4.2.8- Agropecuária
Esta atividade econômica, de grande importância atual para a região do Médio e Baixo Cotingo, onde concentram-se os maiores rebanhos do Estado. Com a definição da situação fundiária, implementação de uma ligação rodoviária mais eficiente, apoio tecnológico/veterinário e incentivos de fontes de financiamento, poderemos ter na área um dos maiores centros de produção agropecuária do estado de Roraima.