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3.1. O MeioAmbiente Natural 3.1.1.Os Principais Geossistemas O Norte/Nordeste de Roraima pode ser dividido simplificadamente em duas áreas de geossistemas significativos: a região das serras e a de savana (lavrado).A região das serras ocupa aproximadamente 30% da área total do Norte/Nordeste de Roraima e praticamente inicia-se no paralelo 4º 30, tendo como limite Sul as serras Parimé, Marari, Vitória, Memória, Triunfo e Xumina. No interior da área encontramos outras serras importantes, das quais destacam-se: Araí, Central, Paracanai, Maturuque, Pacaraima, Cipó, Caburaí, etc.Na porção extremo Norte desta região vamos ter a predominância de mata densa que vai ter continuidade no território pertencente à República Cooperativista da Guiana. A porção
Sul irá ter o predomínio da vegetação campestre
no mesmo padrão da encontrada no setor norte do geossistema de
savana ( lavrado ).E finalmente temos o geossistema das savanas ( lavrado
) com coberturavegetal do tipo campestre na sua porção Norte
e de savana parque na porção Sul. A tabela 5 nos dá
uma caracterização destes grandes geossistemas doNorte/Nordeste
de Roraima.
FIGURA 2 - Geossistemas significativos do Norte/Nordeste de Roraima 3.1.2. Problemas Ambientais O ser humano
vem desde os tempos remotos degradando a natureza, em maior ou menor grau,
tanto para a busca de alimentação, construção
de abrigos e em todos os aspectos ligados à sua reprodução
e aos seus interesses. Os indígenas como todos os seres humanos,
usam normalmente os recursos naturais para suprir suas necessidades vitais
na construção de abrigos, obtenção de alimentos,
bem como de costumes tradicionais que levam à degradação
ambiental, como por exemplo a queima de áreas de campos e matas.
No caso da queima dos campos, seguindo a antiga tradição
para caça e mais recentemente na falsa expectativa de renovação
de pastagens, temos uma séria degradação ambiental,
provocando até em certas áreas específicas o surgimento
de pequenos focos de processo de desertificação. A queima
de áreas de matas é tradicional, visando a abertura de novas
áreas para a agricultura itinerante de subsistência. Na área
Norte/Nordeste de Roraima, em função do ambiente agrário,
os tipos de ações degradadoras são praticamente as
mesmas usadas pelos índios e não índios. No caso
dos índios ingaricós na região em estudo, a realização
de desmatamentos de áreas de mata densa para a prática da
agricultura com a utilização da queimada ainda não
chegam a produzir degradações de âmbito regional devido
à pequena população envolvida no processo e na sistemática
não capitalista de sua agricultura de subsistência. Áreas degradadas por extração mineral: os impactos produzidos pela mineração clandestina de ouro e diamante na área (garimpos) gerou e está gerando inúmeras áreas degradadas, principalmente nas bacias do Rio Quinô, Médio Cotingo e Baixo/Médio Maú. A degradação atinge o leito dos rios, suas margens e muitas vezes as encostas do vale. O material residual assoreia os leitos dos rios que deixam de ter seus álveos definidos e no período das chuvas as águas saem de sua calha inundando as áreas vizinhas.Os ravinamentos das encostas continuam num crescente processo de geração de voçorocas que comprometem todas estas áreas irreversivelmente além do aumento assustador de sólidos em suspensão nas águas dos igarapés e rios.A turbidez do Rio Cotingo nos seus médio e baixo cursos é bastante preocupante, chegando a afetar o baixo Surumú, Tacutú e até o Rio Branco defronte Boa Vista. Não existem dados concretos sobre o uso de mercúrio nestas áreas, nem dos níveis deste metal, nas águas, nos peixes e nos seres humanos.
Áreas
degradadas pela agricultura comercial: dia a dia estão aumentando
as ocorrências de mortandades de aves e pequenos animais devido
à aplicação indevida de agrotóxicos, principalmente
na região Sul da área, onde existem extensas plantações
de arroz irrigado, existe aí uma utilização maciça
de agrotóxicos através de aviação agrícola,
além do lançamento nos rios Tacutú e Surumú
de altas cargas de sedimentos, fertilizantes e agrotóxicos. Destruição
da fauna pela caça e pesca: independentemente da baixa população
de animais silvestres na região, por tradição ou
lazer ainda se pratica bastante a caça, por tradição
ou lazer que pouco a pouco vai reduzindo mais ainda a fauna da região.
Da mesma forma a pesca predatória, com uso de apetrechos inadequados,
fora de padrão ou em época de defeso está reduzindo
drasticamente a ictiofauna regional já bastante rarefeita. Desmatamento:
Este tipo de dano ambiental ocorre com maior freqüência
na área das serras e junto às matas ciliares dos rios e
lagos da área de savana. Na região da mata podemos observar
pequenas clareiras Seca:normalmente no período que vai de outubro a março, boa parte do Norte/Nordeste de Roraima chega a ter um período de seca, afetando muitos lagos e igarapés da região de savana e serra. Este período é caracterizadopor excessiva insolação e elevada velocidade dos ventos Este e Nordeste, que aceleram ainda mais o processo de evaporação. A tudo isto somam-se os inúmeros incêndios produzidos ou naturais que vão queimar extensas áreas da savana e das serras. Chuvas: no período de maio a julho ocorrem em toda a região chuvas intensas que provocam inúmeros problemas, tais como: enchentes, principalmente nos vales bastantes ravinados, escorregamentos de encostas, interrupção de vias de comunicação, etc. Quanto ao meio ambiente sócio-econômico-cultural temos no Norte/Nordeste de Roraima alguns impactos que ocorrem na área, dos quais destacam-se:
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