SUMÁRIO

5 - PROBLEMAS ESPECÍFICOS:

 

              Alguns problemas específicos a serem ponderados, discutidos e resolvidos  antes do início da construção   da UHE do rio Cotingo merecem destaque. São eles:

 

4.1 -  RECOLOCAÇÃO DE HABITANTES DA ÁREA

              No caso dos habitantes do garimpo localizado na parte mais baixa   da vila de Água Fria  e os do garimpo do Puxa Faca ás margens do Cotingo são pessoas não fixadas no local, de grande mobilidade social, o que não gerará problemas. Das mesma forma ocorrerá com as poucas pessoas das fazendas Santo Antônio do Pão e Ceará que possuem alternativas para seu deslocamento e novo assentamento. O maior problema que poderá vir a ocorrer vai ser com uma parcela reduzida da população indígena, que seguindo orientação do CIR e igreja católica (vede memória n.º 001/94-RR) estão implantando núcleos provisórios nas possíveis áreas de inundação do lago. O interessante é que as novas “malocas” recebem denominações numéricas, tal como a “maloca” do Caraparú II, com pouco mais de 20 pessoas procedentes de malocas da região, que foi implantada recentemente em área de inundação do  lago. Nestes casos, após a demarcação dos limites da área de inundação a Funai, como órgão tutelar destas populações deveria alertá-las  para a não ocupação destas áreas visando evitarem-se problemas futuros. 
                       

 

    1.  –  CANTEIRO DE OBRAS DA BARRAGEM

Este é sem dúvida um dos problemas mais sérios que existirá na execução do projeto devido as suas implicações sócio-culturais nas populações indígenas e não indígenas dos pequenos núcleos existentes ao redor  do futuro canteiro de obras.

              O EIA/RIMA apresentado e aprovado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente não analisou o problema, o que teria ser urgentemente realizado visando estabelecer-se um plano que analise todas as implicações do canteiro de obras e as medidas visando eliminar os impactos daí advindos.

 

    1.  – OUTROS IMPACTOS EXISTENTES NA ÁREA :

              No Nordeste de Roraima existem uma série de atividades que geraram e ainda geram impactos quase que irreversíveis, principalmente junto às comunidades indígenas, das quais podem ser destacadas:

  1. Imposição de religiões alienígenas à cultura indígena
  2. Implantação de sistema de pecuária subsidiada e vinculada à entidades religiosas (projeto  “ Gado da Diocese” )
  3. Elevado paternalismo seletivo do Estado através  da compra de fazendas improdutivas e gado visando sua distribuição à malocas indígenas politicamente favoráveis ao governo
  4. Interferência de instituições vinculadas à igreja católica (CIR) na alteração do processo natural de sucessão dos tuxauas (chefes tribais) visando a colocação de adeptos ao movimento. Quando não existe a colaboração de toda a comunidade o CIR induz a formação de outra maloca que irá ter o mesmo nome da anterior, com acréscimo de um numeral   (CARAPARU I, II, III, IV)
  5. Apoio oficial da Funai no incentivo à mineração  clandestina (garimpo) através do uso de equipamentos pelos índios e seus arrendatário não índios (vale do rio Quinô) que extrapolam o conceito de catação, faiscação e garimpagem, permitido pelo código de mineração e estatuto do índio exclusivamente manual e dirigido para a sua subsistência.

 

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