Zoneamento Ecológico

 

 

 

 

 

A partir desse pressuposto, montaram-se três vetores de convergência política:
 PACTO DESENVOLVIMENTISTA: resultando da combinação de interesses e acordos
políticos entre empresários nacionais e segmentos de empresários regionais. Pressupõe apoio
de ecologistas e instituições financeiras multilaterais, ampliação e reorientação de investi-
mentos estruturadores e produtivos para a valorização dos produtos naturais, exploração dos
recursos regionais — em sintonia com adequada gestão ambiental e integração da Amazônia
na economia nacional, com base nas suas vocações e vantagens competitivas, inclusive em
segmentos da agropecuária, agroindústria e indústrias leves — reduzindo desigualdades regi-
onais e sociais e internalizando a renda.
 ALIANÇA CONSERVACIONISTA: conjugação de interesses entre segmentos de empre-
sários regionais que atuam nos setores dependentes dos recursos naturais (ex: ecoturismo,
bioindústria), ecologistas, comunidade científica, profissionais liberais, com a participação de
movimentos extrativistas e religiosos e de segmentos médios urbanos bem informados. Conta
com o suporte internacional dos movimentos ambientalistas e a simpatia de instituições finan-
ceiras multilaterais. Defende um rigoroso controle e manejo do meio ambiente e a implemen-
tação articulada de investimentos estruturadores e produtivos, bem como a eliminação de in-
centivos fiscais e financeiros para setores que comprometam a conservação dos recursos natu-
rais e não incorporem tecnologias sustentáveis.
     ALIANÇA INTEGRADORA E MODERNIZADORA: liderada por diversos agrupamentos
do grande empresariado nacional, empreiteiras e madeireiras internacionais, com apoio de
parte do empresariado local e de grandes proprietários de terra. Seu projeto central é a im-
plantação de projetos estruturados e produtivos articulados com um processo acelerado de
aproveitamento dos recursos naturais para atender à demanda nacional e internacional, mesmo
com reduzida internalização de renda na região, limitados efeitos na economia regional e pou-
ca preocupação com a conservação do meio ambiente natural.

 

 

Esse estudo estima que a trajetória mais provável para a Amazônia vai evoluir ao lon-
go do tempo de uma situação de quase estagnação, pobreza e moderada degradação ambien-
tal, a uma lenta, mas consistente, tendência à dinamização e reorganização da base econômi-
ca, permitindo a conservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Tal avaliação vai ao
encontro das discussões mantidas com todos os estratos sociais e níveis administrativos de
Roraima e, certamente, está na raiz da motivação do Governo Estadual em promover o pre-
sente projeto. Também, conforme posteriormente exposto e justificado, é uma trajetória per-
feitamente exeqüível, do ponto de vista dos recursos ambientais disponíveis e da capacidade
de suporte do meio ambiente.

Conquanto não existam ambientes isolados, conforme já mencionado, muito do que
vai ocorrer dependerá da ambiência política local, interações sociais, motivação e articula-
ção dos elementos que lideram a sociedade local. Não se deve admitir que exista um futuro
predestinado, muito pelo contrário, seu perfil em muito dependerá da própria sociedade
atual.

O Estado de Roraima apresenta-se com algumas condições singulares em relação à
Amazônia, notadamente no que diz respeito aos seus extensos campos naturais (lavrado)
que contrastam com a floresta densa que predomina nos vizinhos estados do Amazonas e
Pará.

As atividades mais promissoras dizem respeito ao ecoturismo e, principalmente ao
aproveitamento de seus recursos naturais, quer na forma da produção agropecuária, quer na
produção de bens minerais e hídricos. Para a agregação de valores, deseja-se que as ativida-
des extrativas, de cultivo ou criação, venham a ser transformadas e feitas de forma casada.
Nessa hipótese, desenvolver-se-á uma correspondente indústria de transformação demanda-
dora de mão-de-obra capaz de absorver os excedentes populacionais de outras regiões do país
que afluem a Roraima em busca de melhores oportunidades.

Atividades relacionadas à piscicultura também são promissoras, em face de que gran-
de parte do abastecimento da pesca industrial predatória do importante mercado de Manaus é
proveniente dos estoques de peixes do Estado do Amazonas.

A produção de frutas apresenta características favoráveis, pois o Estado apresenta
climas amenos, adequados solos, considerável disponibilidade hídrica e flora natural pouco
agressiva para espécies domésticas.

Apresenta um bom potencial mineiro, contando-se com inúmeras e promissoras ocor-
rências, além de atividades mineiras de pequeno porte. O potencial para pedras ornamentais
chamou a atenção dos pesquisadores que participaram do projeto de ZEE e, por isso, elas fo-
ram alvos de uma investigação mais específica.

Por fim, não se deve esquecer o potencial humano, representado pelas comunidades
indígenas, em termos de turismo e produção de bens diferenciados, o que merece um capítulo
especial nas considerações acerca das potencialidades do Estado.

O conjunto desses aspectos é indicado, de forma resumida na figura abaixo:

 

 

 

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