Zoneamento Ecológico

 

 

 

 

 

5.2.1.2. Cenários Nacionais
Também, para os cenários nacionais, foram formuladas quatro hipóteses plausíveis,
combinando as características do contexto das distintas configurações dos projetos político-
hegemônicos que disputam espaço no Brasil do início do século XXI.
Cenário A: acumulação de ganhos em eficiência econômica, melhoria das condições
sociais, desconcentração regional e qualidade do meio ambiente;
Cenário B: problemas de sustentabilidade no longo prazo em função das limitações da
poupança interna e nos riscos de pressões inflacionárias, instabilidades fiscais e financeiras,
que podem levar a mudanças políticas de peso, ao longo do tempo, alterando a trajetória e o
desenho do futuro;
Cenário C: sustentabilidade econômica decorrente da integração competitiva em termos
internacionais e da eficiência alocadora do mercado. Apresenta, porém, uma crescente incoe-
rência no terreno social, com possíveis implicações políticas que, com a redefinição dos arran-
jos sociais e políticos, acabam por provocar inflexões futuras, que culminam em novas deman-
das, tendendo a alterar a estrutura de poder e aliança dominante;
Cenário D: é o mais instável; caracteriza-se por grandes contradições e, portanto, em-
bute alta potencialidade para mudanças, criando um círculo vicioso no qual a falta de um pro-
jeto hegemônico levaria ao agravamento dos problemas sociais e econômicos, com provável
reordenação das forças políticas do país.
Os cenários nacionais projetados, sumariados nos dois próximos quadros são os seguintes:

 

 

 

 

 

sões, quanto ao primeiro período, de 1998 a 2002, no qual já se previa forte ajuste nas contas
públicas e externas e a persistente reestruturação do sistema produtivo, coexistindo com ele-
mentos de instabilidade e estrangulamento de natureza econômica e social.
Essa conjugação de fatores permitiria que o país acelerasse suas mudanças estruturais e
retomasse o crescimento das atividades econômicas, modernizando-se econômica e social-
mente. Demandaria, porém, maiores pressões por melhores condições de vida, formatando um
quadro político favorável à adoção de novos modelos de desenvolvimento, no qual se incluem
instrumentos de regulação social e ambiental, em todos os níveis. Projeta-se, dessa forma, que
o país alcançará um estágio de expansão econômica aliada à desconcentração de renda social
e regional, a par da melhoria da conservação ambiental.
Os quadros ilustrativos da trajetória nacional mais provável e suas principais caracterís-
ticas são colocados a seguir:

 

Trata-se de uma visão otimista, compatível com o povo brasileiro, mas que se justifica
por um crescente sentimento de autoconfiança. Sobre os roraimenses, entrevistados em todos
os estratos sociais, eles manifestaram vontade e predisposição para edificar um futuro melhor,
que, oriundo das ações presentes, espera-se estar em um franco processo de ascensão social.

5.2.1.3. Cenários da Amazônia
Em vista dos possíveis complexos, e influentes cenários mundiais e nacionais, pode-se
abordar, com mais segurança os possíveis cenários regionais, que envolvem o desenvolvi-
mento local regional. Na verdade, é uma simplificação admitir-se a unicidade da Amazônica,
como unidade sócio-ambiental. A socioeconomia de Roraima sofre muito maior influencia do
que, por exemplo, Mato Grosso do Norte ou Rondônia, do que ocorre no nordeste e centro-
oeste brasileiros.
Esse tipo de correlação geográfica, melhor apreciada por uma análise das conseqüên-
cias da implantação dos macroeixos de integração nacional, alerta para o fato de que nesse
nível de análise é importante valorizar-se a contextualização geográfica e as redes de comuni-
cação e poder. Tal aspecto não foi abordado no trabalho que se tomou por base para a visuali-
zação dos cenários futuros.

5.2.1.3.1. Os atores sociais e suas alianças
É interessante relembrar-se o papel dos atores sociais, conforme descrito no projeto:
Cenários Socioenergéticos da Amazônia (1998), segundo dois vieses - sua capacidade de in-
tervenção no território e inter-relações, conforme ilustrado na figura abaixo:

 

 

 

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