Zoneamento Ecológico

 

 

 

3.2.4.3.19 – Bacia do rio Jufari
A bacia do rio Jufari está instalada em área sedimentar quaternária, aluviões recentes,
aluviões sub-recentes e terraços, sendo parte integrante da bacia do rio Negro. Assinala o li-
mite ocidental entre os estados de Roraima e Amazonas. A totalidade da região não favorece a
investimentos exploratórios, salvo estudos geológicos paleoambientais e demais atividades
que beneficiem a proteção do ecossistema (Pantanal Setentrional).
3.2.4.3.20 – Bacia do rio Xeriuini
A bacia do rio Xeriuini está instalada em área sedimentar quaternária, aluviões recen-
tes, aluviões sub-recentes e terraços, sendo parte integrante da bacia do rio Negro através do
Paraná do Amajaú. A totalidade da região não favorece a investimentos exploratórios, salvo
estudos geológicos, paleoambientais e outros, voltados para a proteção do ecossistema (Pan-
tanal Setentrional).
3.2.4.3.21 – Bacia do rio Jatapu
Grande parte da bacia do rio Jatapu está implantada sobre rochas vulcânicas (35%) e
granitos (60%). A sudeste de Entre Rios, ocorre uma área de terreno basáltico e de diques de
diabásio (5%). Grande parte da bacia integra a Terra Indígena Trombetas–Mapuera, sendo
que parte de suas cabeceiras encontra-se na Terra Indígena Uai-Uai. O acesso através de es-
trada é feito pela BR-210 (Perimetral Norte), nas proximidades da localidade de Entre Rios.
Pelo rio, ao norte da BR-210, instalou-se a Hidrelétrica do Jatapu. A área registra favorabili-
dade à prospecção de granitos estaníferos, com columbita-tantalita e zirconita. Contudo, o
acesso eminentemente fluvial (a partir da BR-210), a cobertura vegetal de floresta equatorial e
a falta de infra-estrutura, são fatores que oneram os propósitos prospectivos.
3.2.4.4 - Conclusões e recomendações com vistas ao desenvolvimento sustentável.
1 – O conhecimento científico sobre o meio físico-biótico existente é insuficiente para
embasar projetos de investimento ou decisões quanto ao melhor uso dos recursos ambientais.
Dessa forma, a primeira recomendação é que, na medida do possível e sempre antecedendo os
licenciamentos ambientais, sejam feitas investigações que permitam boas avaliações dos im-
pactos ambientais;
2 - Do ponto de vista morfodinâmico, as planícies são caracterizadas como áreas de
grande instabilidade, marcadas pela alternância entre eventos de deposição e erosão de sedi-
mentos, constituindo-se em ambientes impróprios à ocupação. A ocupação dessas áreas deve
ser balizada por estudos que indiquem o potencial de contaminação do aqüífero por resíduos
provenientes da agricultura/pecuária e esgotamento sanitário
3 - Com relação às áreas de relevo plano, os fatores restritivos estão relacionados à re-
tirada da cobertura vegetal e conseqüente exposição do solo aos processos erosivos.
4 - A ocupação das áreas sujeitas a inundações, deve ser orientada por estudos que vi-
sem a quantificação dos riscos à contaminação do lençol freático por esgotamento sanitário ou
por insumos agrícolas.
5 - As áreas colinosas apresentam, freqüentemente, indícios de feições erosivas, como
ravinas e voçorocas, hoje com pequena expressão; deve-se prestar atenção, contudo, às áreas
submetidas ao pisoteio do gado, capaz de prejudicar a capacidade de resistência dos solos à
erosão.6 – Em decorrência do acima exposto, as melhores terras para a ocupação são os rele-
vos planos a colinosos da região, cuja vulnerabilidade à instalação dos processos erosivos
naturais é baixa ou moderada;
7 - Nas áreas isoladas, de floresta nativa, localizadas no sul do Estado, caracterizadas
por baixas taxas de ocupação e pequeno conhecimento das características do meio físico-
biótico, recomenda-se a criação de áreas piloto para o estudo da biodiversidade. Localmente,
devem ser incentivados os estudos acerca do potencial madeireiro, mineral e agrosilvipastoril.
8 - Nas áreas de ocupação já definida, propõe-se a consolidação dos modelos econô-
micos já estabelecidos, utilizando-se mecanismos de ordenamento territorial que abordem
questões como a disposição do lixo, abastecimento hídrico e proteção de áreas vulneráveis à
processos erosivos.
9 - Nas áreas indígenas, deve ser estudada junto à FUNAI, a possibilidade de se des-
envolver sistemas de parcerias em lavouras e outras atividades econômicas.
10 - Nas áreas já exploradas por garimpos de ouro, recomenda-se que sejam encetados
estudos para avaliar a viabilidade da retomada das atividades, em moldes ecologicamente
sustentáveis.
11 – Recomenda-se a criação de uma zona de proteção localizada acima da região de
captação d’ água pela hidroelétrica do Jatapu, objetivando a proteção do potencial hidroelétri-
co da usina.
12 – Recomenda-se exigir a realização de estudos de impacto ambiental, manejo e re-
cuperação, das áreas exploradas pelas olarias, ou para a retirada de areia, brita e piçarra;
13 – Recomenda-se a criação de áreas para estudo da biodiversidade natural, visando a
identificação do potencial de exploração dos produtos oriundos da floresta (frutos, essências,
madeira, etc).
14 – Ressalta-se que o asfaltamento e a manutenção da BR-174, BR-210 e suas vici-
nais, são investimentos básicos para o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida das
populações, citando-se como alvos as vilas Equador, Nova Colina, Rorainópolis (sede do mu-
nicípio), Martins Pereira, Novo Paraíso, Moderna, São Luís do Anauá (sede), São João do
Baliza (sede), Caroebe (sede) e Entre Rios.
15 – Recomenda-se, por fim, o fortalecimento do Programa de ZEE Estadual, direcio-
nado ao armazenamento e distribuição de informações que subsidiem o planejamento econô-
mico, atividades empresariais, monitoramento ambiental, bem como, sirvam de marco refe-
rencial para a tomada de decisões por parte do Governo e Sociedade Civil, em todas as instâncias.
16- Elaboração de estudos de impacto ambiental para as áreas de exploração de ouro e
diamante na serra do Tepequém
3.2.5 - MACROZONA V – Domínio das Campinaranas e Formações Pioneiras Alagadas
3.2.5.1 – Características gerais
Engloba as bacias dos rios Jufari (alta), Xeriuini (alta e média), Catrimâni (toda), Ita-
pará (quase toda), Água Boa do Univini (toda), rio Branco II (trecho), Anauá (baixa e média),
Repartimento (pequeno fragmento), do Ajarani (toda), Niquiá (toda), Barauana (baixa), Jaua-
peri II (baixa), Macucuaú (alta), Jauaperi I (cabeceiras).
A compartimentação geomorfológica desta macrozona abrange dois subdomínios dis-
tintos. O primeiro engloba extensa superfície plana pouco dissecada, associadas à áreas ocasi-onalmente inundadas, em que cerca de 30% da macrozona permanece encoberta por água
durante longos períodos, ou mesmo permanentemente (5a). O segundo subdomínio representa
a área de influência do rio Branco, situada entre a foz do rio Negro e do rio Catrimâni, carac-
terizada por extensas planícies e terraços fluviais (5b). Esta superfície desenvolve-se sobre
rochas sedimentares da Formação Içá, em cotas inferiores aos 100 metros e eventualmente,
sob rochas graníticas e alcalinas que afloram na sob a forma de relevo residual (inselbergs).
3.2.5.2 – Potencialidades e restrições pedológicas
3.2.5.2.1 – Bacia do rio Branco-II - curso
Esta parte da bacia do Rio branco  abrange os Municípios de Caracaraí, Rorainópolis,
Iracema e Cantá.
Na faixa de regime de planícies, aparece a floresta ombrófila aluvial sobre gleissolos
háplicos, alumínicos, com potencialidade restrita em sistemas de manejo tradicional(a) e se-
midesenvolvido(b); o uso atual mais freqüente é o extrativismo frutícola e as lavouras tempo-
rárias , em nível de subsistência ou semicomercial, embora existam outros usos como o turis-
mo e recreação.
No curso do rio Branco, aparecem ilhas com neossolo quartzarênico, hidromórfico,
alumínico e neossolo flúvico, tb, distrófico, sob formação pioneira campestre.
A faixa da bacia  a montante de Caracaraí  até a foz dos rios Cachorro e Mucajaí, do-
mina a floresta  ombrófila densa e áreas de contato desta com a floresta estacional, sobre solos
predominantemente de argissolo vermelho –amarelo e amarelo alumínico típico, de textura
média/argilosa e latossolos vermelho- amarelo alumínico típico, de textura argilosa, com po-
tencialidade regular a boa em sistemas avançados de agricultura, recomendando a introdução
de lavouras de ciclo perene e/ou essências florestais para esses ecossistemas tendo em vista a
manutenção dos serviços ecológicos.
Na faixa de planícies, aparece a floresta ombrófila aluvial, sobre gleissolos háplicos
alumínicos com potencialidade restrita em sistema de manejo tradicional(a) e semidesenvol-
vido (b); o uso mais freqüente é o extrativismo frutícola e lavouras temporárias a nível de
subsistência e semicomercial. Outros usos como turismo e lazer tem sido constatados nessa
área.
3.2.5.2.2 – Bacia do rio Branco II - áreas alagadas da foz do rio Catrimâni, até a foz do
rio Xeriuini
Acima da foz do rio Itapará, aparece uma mistura de formações pioneiras arbustivas e
campinarana arbórea e arbustiva e diversas áreas de contato entre unidades fitoecológicas,
sobre solos periodicamente/permanentemente alagados, representados por espodossolos cár-
bicos, típicos de extensas áreas arenosas com horizontes mais profundos, relativamente im-
permeáveis, tendo por conseqüência uma lenta drenagem da água estagnada; essas áreas são
inaptas para lavouras, devendo-se reservá-las para a preservação da flora e fauna.
Essas áreas de espodossolos configuram manchas sob lagos, entremeados nas áreas de
argissolos amarelos, alumínicos, típico, de textura arenosa/média associados a argissolo acin-
zentado, alumínico, arênico, de textura arenosa/média, sob vegetação de contato formação
pioneira/ floresta.
3.2.5.2.3 – Bacia do rio Branco II - da foz do rio Água Boa do Univini até os arredores de
Caracaraí
 Da foz do rio Água Boa do Univini, até os arredores de Caracaraí, dominam as for-
mações pioneiras arbustivas e as campinaranas arbórea e arbustiva, com diversas áreas de
contato entre unidades fitoecológicas, em que predominam espodossolos cárbicos e ferrocár-


bicos, nas áreas abaciadas, circundadas por terraços mais elevados constituídos por argissolos
amarelos alumínicos, típicos, de textura arenosa/média e argissolo acinzentado, alumínico,
arênico, de textura arenosa/média. Os espodossolos são inaptos para as práticas agrícolas,
enquanto os argissolos são apenas regulares, segundo os sistemas de manejos adotados. Na
atualidade, o uso do solo está voltado para atividades extrativistas. No curso do Rio Branco
aparecem ilhas com neossolo quartzarênico hidromórfico, alumínico e neossolo flúvico, Tb,
distrófico sob formação pioneira campestre.
Essa parte da bacia do Rio Branco engloba fragmentos das unidades de conservação
Niquiá e Viruá.
3.2.5.2.4 – Bacia do rio Xeriuini
Nas planícies do rio Xeriuini aparece a campinarana arbórea, sobre gleissolos hápli-
cos, alumínicos, com potencialidade restrita em sistemas de manejo tradicional(a) e semi-
desenvolvido (b); o uso mais freqüente é o extrativismo frutícola e as lavouras temporárias,
em nível de subsistência.
3.2.5.2.5 - Rio Xeriuini - alto curso
A montante da localidade de Santa Rosa, até suas cabeceiras, nos terraços mais altos, a
bacia apresenta área de contato campinarana/ floresta, sobre latossolos amarelos, alumínicos e
argissolos amarelos, alumínicos, com potencialidade boa a regular para lavouras e campinara-
na arbustiva e campinarana graminosa, sobre espodossolo cárbico e ferrocárbico considerado
inapto para uso agrícola. O uso atual é o extrativismo vegetal.
3.2.5.2.6 – Bacia do rio Catrimâni - da foz até as cabeceiras
De sua foz até as cabeceiras, nas planícies do rio aparecem áreas de contato campina-
rana/floresta, sobre gleissolos háplicos, alumínicos, com potencialidade restrita no sistema de
manejo tradicional (a) e semidesenvolvido(b) O uso atual mais freqüente é o extrativismo
frutícola e as lavouras temporárias em nível de subsistência.
3.2.5.2.7 – Bacia do rio Catrimâni - parte setentrional da bacia
Nos terraços mais altos da porção norte da bacia, aparece uma faixa de argissolos ama-
relos alumínicos com regular potencialidade para lavouras; em áreas abaciadas aparecem sa-
vanas graminosas, sobre espodossolos cárbicos e ferrocárbicos caracterizados por extensas
áreas arenosas inaptas para lavouras, devendo ser reservadas à preservação da flora e fauna.
Abrange parte da Terra Indígena Catrimâni.
3.2.5.2.8 – Bacia do rio Catrimâni - parte meridional e sudeste da bacia
Na parte sul e sudoeste da bacia, aparece uma faixa no sentido leste-oeste de floresta
ombrófila aberta, sobre argissolo amarelo e acinzentado, alumínico, de textura arenosa/média
com potencialidade regular para lavouras e que atualmente é utilizado apenas para atividades
extrativistas.
A proximidade do Parque Nacional Serra da Mocidade e Estação Ecológica Niquiá, estão a
recomendar a proteção dos ecossistemas presentes e a implementação de oportunidades para
pesquisas científicas.
3.2.5.2.9 – Bacia do rio Água Boa do Univini - planícies alagadas
Nas planícies desse rio ocorrem áreas de contato campinarana/floresta, sobre gleisso-
los háplicos, alumínicos, com potencialidade agrícola apenas restrita em sistemas de manejo
tradicional (a) e semidesenvolvido (b); o uso atual mais freqüente é o extrativismo frutícola e
as lavouras temporárias em nível de subsistência. Nas partes mais elevadas dos terraços apa-


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rece inicialmente argissolo acinzentado, alumínico típico, textura arenosa/média, com poten-
cialidade regular para lavouras enquanto o uso atual restringe-se ao extrativismo. Em direção
às cabeceiras, predominam a formação pioneira arbustiva e a campinarana arbustiva, sobre
neossolos quartzarênicos hidromórficos e espodossolos cárbicos e ferrocárbicos, conformando
terras inaptas para lavouras, recomendando-se, portanto, que sejam reservadas para a preser-
vação da flora e fauna.
3.2.5.2.10 – Bacia do rio Ajarani - cabeceiras
Nas cabeceiras do rio, em terras Ianomâmi, aparece penetração de floresta ombrófila
densa, sobre latossolo vermelho-amarelo, alumínico, plíntico, de textura argilosa, em relevo
plano a suavemente ondulado, com potencialidade regular para lavouras. Nas áreas de contato
da floresta ombrófila com a floresta estacional, sobre argissolo vermelho-amarelo, alumínico,
de textura média/argilosa, existem limitações quanto ao relevo fortemente ondulado e sua
potencialidade é apenas regular para pastagem plantada, não suportando usos mais intensivos.
3.2.5.2.11 – Bacia do rio Ajarani - extremo norte da bacia
No extremo norte da bacia, ocorrem áreas de floresta ombrófila aberta, sobre argissolo
vermelho-amarelo, alumínico, de textura arenosa/média e latossolo vermelho-amarelo, alumí-
nico, de textura média, em relevo plano e suavemente ondulado, com boa potencialidade para
lavouras; o uso atual está voltado a pastagens plantadas e lavouras, mormente perenes. Outra
feição presente é a de floresta estacional, sobre neossolo litólico, em relevo fortemente ondu-
lado a montanhoso, configurando condições impróprias para o plantio de lavouras.
3.2.5.2.12 – Bacia do rio Ajarani - margens do rio
Na proximidade da foz, percorrendo as unidades de conservação Caracaraí e Niquiá, a
planície do rio apresenta floresta ombrófila aluvial, sobre gleissolos háplicos, alumínicos, com
potencialidade restrita em sistemas de manejo tradicional (a) e semidesenvolvido (b); o uso
mais freqüente é o extrativismo frutícola e lavouras temporárias em nível de subsistência.
3.2.5.2.13 – Bacia do rio Ajarani - áreas alagadas próximas a foz do rio Amajari
Nas áreas baixas, periodicamente alagadas, ocorre formação pioneira arbórea e arbus-
tiva, sobre argissolo acinzentado, textura arenosa/média, com potencialidade apenas regular
para a prática de lavouras devendo-se ter em mente sistemas de manejo avançados. Ocorrem,
ainda, espodossolos ferrocárbicos, considerados inaptos para lavouras.
Outras áreas ao norte da bacia, próximo a foz do rio, em terraços mais elevados, ob-
serva-se contato das formações pioneiras com a floresta ombrófila, sobre argissolo amarelo,
alumínico, em relevo suavemente ondulado e plano, com potencialidade regular para lavou-
ras.
3.2.5.2.14 – Bacia do rio Ajarani - entorno da vila Iracema
Áreas com savana arbórea aparecem na parte norte da bacia, no entorno da Vila de
Iracema, sobre argissolo acinzentado, alumínico, arênico, de textura arenosa/média, com po-
tencialidade restrita para lavouras. Abrange parte das terras indígenas Ianomâmi e Ajarani e,
as estações ecológicas Caracaraí e Niquiá.
3.2.5.2.15 – Bacia do rio Anauá - trecho baixo
Na região do baixo Anauá, nas áreas alagadas, inicialmente aparecem feições de ten-
são ecológica, sob a forma de contato da formação pioneira com a floresta ombrófila, sobre
latossolo amarelo, alumínico, de textura média e argissolo amarelo alumínico, de textura are-
nosa/média, em relevo plano, configurando terras boas e regulares, respectivamente, para la-
vouras em sistemas de agricultura desenvolvidos. Ainda observa-se contato campinarana com

floresta ombrófila, sobre argissolo acinzentado, considerado regular para lavouras temporári-
as, em sistemas avançados, com culturas altamente tecnificadas, a nível empresarial. Noutra
situação, de áreas abaciadas, ocorre espodossolo cárbico hidromórfico, considerado inapto
para lavouras, admitindo-se seu uso para exploração de areia, em regime controlado.
3.2.5.2.16 - Bacia do rio Anauá – planícies de inundação
Nas planícies de inundação do baixo rio Anauá, também aparecem feições da floresta
aluvial, sobre gleissolo háplico, tb, alumínico, configurando terras restritas para o uso com
lavouras temporárias, em decorrência de impedimentos relativos à fertilidade natural e o re-
gime de inundação; contudo essas terras podem ser utilizadas para culturas altamente tecnifi-
cadas, incluindo práticas de irrigação.
3.2.5.2.17 – Bacia do rio Anauá - foz do rio
Próximo à foz, ocorrem feições das formações pioneiras arbustivas, sobre espodosso-
los, ferrocárbico, hiperespessos, cárbicos, hidromórficos, considerados inaptos para lavouras,
recomendando-se a sua destinação em prol da preservação da flora e fauna, extrativismo frutí-
cola e atividades de ecoturismo.
3.2.5.2.18 – Bacia do rio Jauaperi I - extremo norte da bacia
No extremo norte da bacia, o rio Jauaperi-I apresenta feições da formação pioneira
campestre sobre espodossolo cárbico hidromórfico e neossolo quartzarênico, hidromórfico,
alumínico, configurando terras inaptas para o uso com lavouras, direcionando-se o seu uso
para a preservação da flora e fauna, extrativismo frutícola e ecoturismo.
3.2.5.2.19 – Sub-bacia do rio Jauaperi II - área serrana isolada
A sudoeste e oeste da serra Tentativa, áreas de campinarana arbustiva e de contato
formação pioneira com a floresta ombrófila aparecem sobre argissolo acinzentado e argissolo
amarelo alumínico, de textura arenosa/média, configurando terras apenas regulares para la-
vouras temporárias altamente tecnificadas.
3.2.5.2.20 - Sub-bacia do rio Jauaperi II - a oeste do estirão do rio Jauaperi e igarapé
Cachimbo
A oeste do estirão do rio Jauaperi e Igarapé do Cachimbo, pela margem direita, apare-
cem extensas áreas de formações pioneiras campestre e arbustiva, sobre espodossolo cárbico e
ferrocárbico, em relevo plano, configurando terras inaptas para lavouras, melhor utilizáveis
com vistas a preservação da flora e fauna. São admitidas atividades controladas visando a
exploração de areia para construção civil, a partir dos horizontes hiperespessos dessa unidade
pedogenética.
3.2.5.2.21 – Sub-bacia do rio Macucuaú - áreas abaciadas
Nas nascentes, em áreas abaciadas e de drenagens incompetentes, a bacia apresenta
feições da formação pioneira arbustiva e campestre, sobre espodossolo cárbico, hidromórfico
e neossolo quartzarênico, hidromórfico, alumínico, configurando terras inaptas para o uso
com lavouras, devendo ser utilizadas para a preservação da flora e fauna, extrativismo frutí-
cola e ecoturismo.
3.2.5.2.22 – Bacia do rio Jufari - extremo norte da área
No extremo norte da área, a montante do igarapé Pacurí, as feições são de campinara-
na graminosa e arbórea, sobre espodossolo cárbico hidromórfico, associados a gleissolo hápli-
co Tb distrófico textura média e organossolo háplico, sáprico, textura arenosa, considerados
terras inaptas para o uso com lavouras, devendo ser direcionados para preservação da flora e
fauna, extrativismo frutícola e ecoturismo.

3.2.5.2.23 – Bacia  do rio Jufari - trecho sob influência do rio
Ao longo da suas planície, o rio Jufari apresenta feições ciliares de campinarana arbó-
rea, sobre gleissolo háplico, tb, alumínico, textura média, configurando terras de várzeas de
potencialidade restrita, para lavouras temporárias, tendo que se considerar o sistema de ma-
nejo. Essas terras, no período de abaixamento dos rios, se prestam para lavouras de grãos, em
modelos de exploração semi-comercial, com produtividade baixa a média. Para lavouras al-
tamente tecnificadas, deve-se levar em conta o ecossistema ciliar de forma arbórea, bem
como, a necessidade de correção do solo e a irrigação em sistemas de canais.
3.2.5.2.24 - Bacia do rio Itapará - trecho sob influência do rio
Ao longo da planície do rio Itapará ocorrem manchas intermitentes de campinarana
arbórea, sobre gleissolo háplico, Tb, alumínico, configurando terras restritas ao o uso por la-
vouras temporárias.
A maior parte da bacia é ocupada pelo domínio de áreas de contato das formações
pioneiras com a floresta ombrófila, sobre argissolo amarelo, alumínico, de textura areno-
sa/média, configurando terras regulares, para o uso com lavoura temporárias, tendo que se
considerar a aplicação de insumos e variedades adaptadas ao regime hídrico da região. Outra
feição, que aparece na extremidade oeste da bacia, é a das formações pioneiras arbustivas,
sobre espodossolo cárbico hidromórfico, considerados impróprios para o uso com lavouras;
recomenda-se que essas áreas sejam direcionadas a preservação da flora e fauna, extrativismo
frutícola e ecoturismo.
3.2.5.3 - Potencialidades e restrições geológicas e geomorfológicas
3.2.5.3.1 – Bacia do rio Branco II - floresta e planícies alagadas
Do ponto de vista morfodinâmico, as planícies são caracterizadas como áreas de gran-
de instabilidade, marcadas pela alternância entre eventos de deposição e erosão de sedimen-
tos. Com relação às áreas de relevo plano, os fatores restritivos estão relacionados à retirada
da cobertura vegetal e conseqüente exposição do solo aos processos erosivos. As melhores
condições morfológicas, favoráveis à ocupação, estão restritas às superfícies planas, livres de
inundações, pouco susceptíveis a processos erosivos naturais.
No que tange à água subterrânea, conquanto os aqüíferos fraturados tenham potencia-
lidade limitada, é possível obter-se poços com grandes vazões, através de estudos especializa-
dos. Também, há possibilidade de captação de água subterrânea no manto do intemperismo,
visando ao atendimento de pequenas demandas (3m3/h). Valores mais elevados de sais dis-
solvidos na porção sul do Domínio V, embora não sejam restritivos a agricultura, podem
apresentar restrições a algumas atividades industriais.
A bacia do rio Branco, no seu médio curso (identificado como “rio Branco II”), em
área de embasamento rochoso, reúne qualificações à utilização de rochas para fins ornamen-
tais, brita e pedra de cantaria, que se encontram em serras com exposições de rocha sob forma
de lajeiros e grandes blocos subarredondados. Os valores analíticos dos índices físico-
mecânicos encontrados para amostras de coloração negra (gabro) estimulam sua utilização
para fins ornamentais, ressaltando-se, contudo, sua elevada massa específica. Uma crosta late-
rítica (alteração) desenvolve-se sobre o corpo rochoso. A região apresenta favorabilidade ao
mercado interno e externo de rochas ornamentais dos tipos granito (claro) e gabro (escuro) e
cujo aproveitamento na forma de brita, paralelepípedo e guias de sarjeta fornece suporte a
futuras obras de asfaltamento e de manutenção da BR-174, BR-210 e vicinais, além da pavi-
mentação de Caracaraí (sede do município) e vilas, Apuruí, Iracema e Petrolina do Norte.
Depósitos de areia e seixo são explotados no leito do rio Branco, à jusante da cachoeira do
Bem-Querer, município de Caracaraí. Sua extração é realizada principalmente na época de

 

 

 

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