Zoneamento Ecológico

 

 

 

 

3.2.4.2.25 - Microbacia do rio Itã - próximo à foz
Próximo à foz, na mesopotâmia do rio Itã com o Barauana, as feições da floresta om-
brófila ocorrem sobre solos férteis, representados por argissolo vermelho eutrófico, textura
argilosa associado a nitossolo vermelho eutrófico, textura muito argilosa, em relevo suave
ondulado e ondulado, conformando terras boas para o uso com lavouras, nos três sistemas de
manejos. O uso atual está voltado para lavouras perenes e semiperenes, como mamão, pi-
menta-do-reino, coco, limão, mandioca, cacau e outras.
3.2.4.2.26 - Microbacia do rio Barauana - cabeceiras
Das cabeceiras até a foz, a bacia apresenta, pela margem esquerda, um domínio de flo-
resta ombrófila aberta, sobre uma faixa no sentido nordeste para sudoeste, constituída por
plintossolo pétrico, concrecionário, alumínico, de textura média, em relevo plano a suave-
mente ondulado, conformando terras restritas ao uso com pastagem plantada. Na seqüência,
para sudeste, aparecem áreas de argissolo vermelho-amarelo, alumínico, típico, de textura
média/argilosa em relevo suave ondulado e latossolo vermelho-amarelo alumínico de textura
argilosa em relevo plano e suave ondulado. Essas terras, de um modo geral, foram considera-
das boas nos sistemas avançados de agricultura, tendo-se que considerar como fato positivo, a
presença de componentes subdominantes de alta fertilidade natural, considerados eutróficos.
Contudo, a presença, de manchas de solos rasos e afloramentos, inaptos para agricultura é um
fator negativo, que requer o seu mapeamento de detalhe.
3.2.4.2.27 - Microbacia do rio Barauana - área serrana isolada
Na região da serra Barauana aparecem feições de floresta estacional sobre neossolo
litólico, distrófico, típico, de textura média e arenosa, em relevo montanhoso, considerado
inapto para uso com lavouras, recomendando-se a sua destinação para a preservação da flora e
fauna e atividades de ecoturismo.
3.2.4.2.28 - Sub-bacia do rio Itapará - foz
Próximo a sua foz, na desembocadura no rio Branco, o rio Itapará apresenta feições da
floresta ombrófila aluvial, sobre gleissolo háplico, Tb, alumínico, configurando terras restritas
para o uso com lavouras temporárias, em decorrência de impedimentos quanto a fertilidade
natural e o regime de inundações; essas terras somente poderão ser utilizadas para culturas
altamente tecnificadas, com práticas de irrigação, devendo-se tomar cuidado quanto à preser-
vação da vegetação ciliar.
3.2.4.2.29- Sub-bacia do rio Jauaperi-I - planície
Ao longo de sua planície, o Jauaperi apresenta feições da floresta ombrófila aluvial,
sobre gleissolo háplico, Tb, alumínico típico de textura média, associado a neossolos, confi-
gurando terras restritas para o uso com lavouras temporárias.
3.2.4.2.30 - Sub-bacia do rio Jauaperi-I - porção intermediária
Na porção intermediária e nas proximidades da foz, ocorre grande extensão de floresta
ombrófila densa, sobre latossolo amarelo, de textura muito argilosa associado a argissolo
amarelo, textura média/argilosa, alumínico, em relevo plano, configurando terras regulares
para o uso com lavouras. Contudo, pelas características atuais de preservação da vegetação
primitiva, recomenda-se que essas áreas sejam direcionadas para o extrativismo frutícola e
madeireiro seletivo, bem como o ecoturismo.
3.2.4.2.31 - Sub-bacia do rio Jauaperi-II
A maior extensão da bacia pertence ao domínio da floresta ombrófila densa e aberta,
sobre argissolo vermelho-amarelo alumínico de textura média/argilosa, latossolo vermelho-

 

amarelo alumínico de textura argilosa, argissolo amarelo alumínico e latossolo amarelo alu-
mínico textura média e argilosa. Essas unidades pedogenéticas, quando em relevo plano e/ou
suavemente ondulado, foram consideradas terras boas e regulares para lavouras, devendo-se
considerar localmente, trechos  que apresentam algum impedimento de ordem física, topogra-
fia, além da fertilidade natural, com restrição para lavouras. O uso mais freqüente, no mo-
mento, é o extrativismo, com antropização ao longo do eixo da BR-174 e travessões de as-
sentamento do INCRA.
3.2.4.2.32 - Sub-bacia do rio Jauaperi-II - noroeste da serra do Jauaperi
A noroeste da serra do Jauaperi, ocorrem manchas de floresta ombrófila densa, sobre
cambissolo háplico, Tb, distrófico, argissólico, em relevo suavemente ondulado e ondulado, con-
figurando terras regulares para lavouras, devendo-se considerar o sistema de manejo adotado.
3.2.4.2.33 - Sub-bacia do rio Macucuaú – área de influência do rio
Ao longo de sua planície, apresenta feições da floresta ombrófila aluvial, sobre gleis-
solo háplico, Tb, alumínico, típico, de textura média, associado a neossolos, conformando
terras restritas ao uso com lavouras temporárias.
3.2.4.2.34 - Sub-bacia do rio Macucuaú
Ao longo da maior porção da bacia, a oeste e leste, ocorre floresta ombrófila densa,
sobre latossolo amarelo, textura muito argilosa, associado a argissolo amarelo, textura mé-
dia/argilosa, alumínico, em relevo plano, configurando terras regulares para lavouras, reco-
mendando-se, no entanto, que essas áreas sejam direcionadas para o extrativismo frutícola e
madeireiro seletivo, bem como, ao ecoturismo, devido às atuais condições de conservação da
vegetação nativa.
3.2.4.2.35 - Sub-bacia do rio Alalaú: Terra indígena Uaimirí-Atroarí
A bacia do Alalaú, praticamente toda situada na Terra Indígena Uaimirí-Atroarí, apre-
senta-se recoberta por floresta ombrófila densa, sobre argissolo vermelho-amarelo e argissolo
amarelo, textura média/argilosa, alumínico, em relevo suavemente ondulado e ondulado, con-
figurando terras apenas regulares para lavouras.
Na porção oriental da bacia, sob a floresta ombrófila densa, ocorre latossolo vermelho-
amarelo, alumínico, textura média, em relevo suavemente ondulado, configurando boas terras
para lavoura, em sistemas desenvolvidos.
Há que se considerar que, tratando-se de áreas institucionais, os modelos de lavouras,
devem atender as comunidades indígenas. O uso atual está mais voltado ao extrativismo frutí-
cola e de espécies vegetais medicinais, conforme bem caracterizado no capítulo sobre antro-
pologia.
3.2.4.2.36- Sub-bacia do rio Alalaú - área serrana
No extremo norte da bacia, no divisor de águas com o rio Jauaperi, ocorre a floresta
ombrófila, sobre neossolo litólico, distrófico e afloramentos, em relevo fortemente ondulado,
configurando terras inaptas para o desenvolvimento de lavouras.
3.2.4.2.37 - Bacia do rio Jufari - quase toda a extensão da bacia
A maior extensão da bacia é coberta por floresta ombrófila densa, sobre latossolo ama-
relo, argissólico, alumínico, de textura muito argilosa, tendo argissolo amarelo, textura mé-
dia/argilosa como sub-componente, em relevo plano, configurando terras regulares para la-
vouras em sistemas desenvolvidos. Deve-se tomar em consideração as práticas de manejo econservação do solo no que respeita aos problemas de cimentação, devido ao alto conteúdo de
argila. No extremo norte da bacia, ocorrem unidades pedogenéticas de textura média, em re-
levo plano, configurando boas condições para o desenvolvimento de lavouras.
3.2.4.2.38- Bacia do rio Jatapu
O domínio é de floresta ombrófila densa com algumas inserções da feição aberta, so-
bre argissolo vermelho-amarelo, alumínico, textura média/argilosa, em relevo suavemente
ondulado a ondulado, configurando terras boas e regulares para a prática de lavouras. Algu-
mas porções, localizadas na porção ocidental e extremo oriental da bacia, que apresentam
relevo ondulado a fortemente ondulado, foram consideradas restritas para lavouras, mas ade-
quadas para a implantação de pastagem plantada.
3.2.4.2.39 - Bacia do rio Jatapu - área serrana isolada
Ainda sob essas feições de floresta, no entorno e a nordeste da serra do Curupira, ocor-
re latossolo vermelho-amarelo alumínico, textura argilosa, em relevo ondulado e fortemente
ondulado, associado a argissolo vermelho-amarelo petroplíntico e neossolo litólico. Essas
terras são consideradas restritas para lavouras, devendo considerar-se usos menos intensivos
para os solos subdominantes.
3.2.4.2.40 - Bacia do rio Jatapu - região a leste de Caroebe
A leste de Caroebe, acompanhando o eixo da BR-210 (Perimetral Norte) e seus traves-
sões, em relevo suavemente ondulado, recoberto por floresta em avançado estágio de altera-
ção, ocorrem faixas de argissolo amarelo e vermelho-amarelo, alumínico, textura mé-
dia/argilosa e latossolo vermelho-amarelo, alumínico, textura média, configurando boas terras
para lavouras em sistema de manejo desenvolvido.
No extremo oriental e meridional, sob feições de floresta ombrófila aberta, ocorre ne-
ossolo litólico, distrófico, textura média, em relevo fortemente ondulado e montanhoso, con-
figurando-se áreas de terras inaptas para lavouras, recomendando-se, outrossim, que sejam
destinadas à preservação da flora e fauna.
3.2.4.3– Potencialidades e restrições geológicas
3.2.4.3.1 - Bacia do rio Jauaperi-II
Domínio geologicamente representado por variável tipologia de granitos dominante-
mente acinzentados e em menor proporção róseos. As aluviões das drenagens que secionam
alguns desses tipos têm revelado potencialidade para columbita – tantalita, motivo pelo qual a
atividade mineira (garimpagem e pequenos mineradores) se faz presente na região meridional
de Roraima. As aluviões são rasas (máximo de 1,0 metro de espessura) e com largura inferior
a 5,0 metros; minério e minerais pesados concentram-se em sua base. Há facilidade de acesso
devido o grande número de vicinais ligadas a BR-174 (trecho Rorainópolis – Martins Pereira)
e BR-210 (trecho Vila Moderna – Caroebe). Contudo, os resultados analíticos obtidos para os
óxidos de nióbio e tântalo (columbita-tantalita) revelaram baixo conteúdo desses elementos,
contra-indicando investimentos mais elevados. A pesquisas futuras desses bens minerais de-
vem direcionar-se no sentido de apontar novas áreas aluvionares, próximas aos corpos graníti-
cos mineralizados. Também, digno de nota, é a exploração de ametista, em veios de quartzo,
ainda pouco investigados, preenchendo fraturas nos granitos, cujos morros e serras expõem
frentes de rocha na forma de lajeiros e cuja proximidade das principais vias de acesso e de
rede elétrica favorecem a futuros investimentos com vistas ao seu aproveitamento para pedras
ornamentais e brita Os ensaios tecnológicos empreendidos apontam para sua utilização sem
restrições. Destaca-se aproveitamento dos granitos para brita, em obras de asfaltamento e de
manutenção da BR-174, BR-210 e vicinais, além de pavimentação das vilas Equador, NovaColina, Rorainópolis (sede do município), Martins Pereira, Novo Paraíso, Moderna, São Luís
do Anauá (sede), São João do Baliza (sede), Caroebe (sede) e Entre Rios.
Por outro lado, a efetiva contribuição desses recursos minerais para o desenvolvimento
sustentável não poderá prescindir da criação de condições de preservação ambiental nas áreas
de encostas de serras localizadas na proximidade das rodovias e ao longo da rede de drena-
gem, atentando-se, outrossim, para a proximidade de áreas urbanas e a possível poluição at-
mosférica e sonora provocada pela extração de brita e rochas ornamentais.

3.2.4.3.2 - Bacia do rio Anauá
Domínio geologicamente complexo, representado por granitos e metassedimentos su-
bordinados. A compreensão do condicionamento estrutural da região é fator preponderante
para a investigação mineral, cabendo investigar-se as aluviões dos rios e igarapés, atrás de
indícios que possam conduzir à prospecção de detalhe.Quanto ao aspecto econômico, já hou-
ve produção, no passado, de até 18 kg de ouro/mês, em condições de trabalho ininterrupto. O
minério possui baixo teor de pureza, com 63% de ouro e 27% de prata.
Por seu turno, veios de quartzo, em superfície, contém sulfetos de ferro e cobre, como
pirita, calcopirita e bornita, além de turmalina. O controle da mineralização primária é emi-
nentemente estrutural, possivelmente com uma parcela de enriquecimento supergênico no
perfil de alteração da rocha, formando-se concreções ferruginosas e mais raramente, pequenas
pepitas de ouro livre, quase puro. A investigação geológica para ouro primário, em profundi-
dade, requer, naturalmente, maior nível de investimentos do que aqueles necessários para a
pesquisa aluvionar, tanto que a inexistência de um bom conhecimento geológico é o principal
fator restritivo ao desenvolvimento desse potencial mineral.
3.2.4.3.3 – Bacia do rio Barauana
A geologia da bacia do rio Barauana é, em parte, semelhante àquela do rio Anauá,
sendo constituída por ampla tipologia de granitos acinzentados, além de gnaisses. Nas serras
Anauá e Barauana existem exposições de rochas potencialmente aproveitáveis para fins or-
namentais, em frentes rochosas na forma de lajeiros e grandes blocos subarredondados. Os
ensaios tecnológicos empreendidos indicam a aplicação com finalidades ornamentais; o tipo
“movimentado” (textura bandada, gnáissica) apresenta boa aceitação no mercado interno e
externo.
Uma vez que se viabilize, economicamente, o potencial mineral para a produção de
rochas ornamentais, a partir dos maciços graníticos que ocorrem nessa bacia, deve-se ter em
mente a criação de condições de preservação ambiental nas encostas das serras próximas as
vias de acesso. Os principais cuidados dizem respeito à mineração nas proximidades de con-
centrações humana, já que a poluição atmosférica e sonora, provocada pela extração de brita e
rochas ornamentais, constitui-se nos principal impacto ambiental desse tipo de mineração.
Ainda, do ponto de vista econômico, é importante a ampliação da rede elétrica, ao longo da
RR-170.
3.2.4.3.4 - Bacia do rio Urubu
A bacia do rio Urubu registra a ocorrência de granitos e gnaisses semelhantes àqueles
da bacia do rio Barauana. As exposições dessas rochas próprias para fins ornamentais encon-
tram-se em serras que expõem frentes de rocha desnudada sob forma de lajeiros, além de
grandes blocos subarredondados. Destaca-se a serra Lua, cujo acesso se faz através da RR-
207 e suas vicinais que interligam diversas localidades como a vila Vilhena. Os ensaios tec-
nológicos empreendidos em amostras dessa área apontam para sua utilização como rocha or-
namental, apresentando favorabilidade ao abastecimento dos mercados interno e externo, compedras do tipo “granito” róseo, hornblendito (negra) e “movimentadas” (gnaisses). A maior
restrição ao aproveitamento desse potencial reside na falta de energia elétrica. Quanto aos
cuidados ambientais requeridos para a exploração desse potencial, eles são os mesmos menci-
onados anteriormente.

3.2.4.3.5 - Bacia do rio Mucajaí
A bacia do rio Mucajaí, pela sua margem direita, na proximidade do maciço Mucajaí,
revela potencialidade para rochas ornamentais, pedra de cantaria e brita, expostas em morros e
serras, com fácil acesso rodoviário e rede elétrica. As frentes de exploração para pedra de
cantaria e brita são exploradas, há algum tempo, por processo manuais e semimecanizados,
constituindo-se no principal manancial de paralelepípedos para atendimento aos municípios
de Mucajaí, Iracema e Boa Vista. Como ornamentos, existem granitos com ampla variação de
cor e textura, com destaque para os tipos que apresentam ovóides centimétricos e que são os
predominantes na região. Tipos gnáissicos também são comuns, na proximidade da BR-174 e
servem como paralelepípedo e guias de sarjeta para as obras de pavimentação de Mucajaí,
Iracema, Boa Vista, e vilas Apiaú e Roxinho, além de brita para obras de asfaltamento e ma-
nutenção da BR-174 e suas principais vicinais. Deve-se ter cuidado com as condições de pre-
servação das encostas serranas nas proximidades das estradas principais (BR-174) e secundá-
rias (vicinais do Apiaú e Roxinho), além da rede de drenagem (rio Branco e Mucajaí).
Na várzea do rio Mucajaí desenvolvem-se trabalhos manuais para a exploração de ar-
gila e seixo. O seixo é explorado por meio de balsas no leito do rio, enquanto à extração de
argila se faz em terraços marginais, cuja espessura média é de 3,0 metros. A argila do rio Mu-
cajaí é de boa qualidade, conforme os resultados dos ensaios cerâmicos, que indicam sua pos-
sível utilização como cerâmica branca. Dada às condições de proteção ambiental nas margens
dos rios Mucajaí e Branco, torna-se necessária a pesquisa de áreas alternativas para a explora-
ção de argila, tendo em vista abastecer o mercado de Boa Vista.
A exploração dos recursos minerais existentes não poderá prescindir, evidentemente,
da implementação de ações voltadas para a preservação ambiental das encostas de serras, so-
bretudo ao longo das vias de acesso principais (BR-174) e secundárias (vicinais do Apiaú e
Roxinho), além da rede de drenagem (rios Branco e Mucajaí) que requerem a execução de um
programa de avaliação de impacto ambiental. Isso é sobremaneira urgente nas áreas degrada-
das pela atual atividade dos oleiros, no rio Branco e Mucajaí.
3.2.4.3.6 - Sub-Bacia do rio Amajari
A bacia do rio Amajari, no seu médio-alto curso, expõe uma fisiografia composta por
serranias e maciços que integram a serra Pacaraima. A serra Tepequém, de rara beleza cênica,
constitui-se num testemunho sedimentar isolado, na forma de mesa (tepuy), que atinge altitu-
des da ordem de 1000 metros. Nos níveis conglomeráticos do pacote sedimentar ocorre con-
centração de diamante e ouro, cujo retrabalhamento nas aluviões quaternárias vem merecendo
a atenção por parte dos mineradores. Desse modo, grande parte da atividade garimpeira con-
centrou-se ao longo dos igarapés Cabo Sobral, Paiva, Funil, Ouro Fino e Tucumã. As aluviões
apresentam em média 7-10 metros e 5-50,0 cm de espessura de cascalho.Dados da atividade
exploratória, no final da década de 80, apontam para um teor de corte nas aluviões de 0,33 –
0,042 ct/m3 para o diamante e 0,05 a 0,015 g/m3 para o ouro. Na época, existia uma produção
mensal média de 1.000 ct de diamantes e de 1,0 kg de ouro, oriunda do desmonte hidráulico e
de máquinas resumidoras.
Conquanto a atividade garimpeira na serra Tepequém remonta à década de 60, confi-
gura-se um quadro merecedor de um programa de avaliação dos impactos ambientais. Seria
recomendável, outrossim, implementar-se um programa de planejamento e monitoramento

3.2.4.3.11 – Bacia do rio Apiaú
A bacia do rio Apiaú, no trecho que corresponde a sua foz junto ao rio Mucajaí, até os
limites com a Terra Indígena Ianomâmi, revela limitada potencialidade em termos de rochas
para fins ornamentais, pedra de cantaria e brita, em grande parte devido ao relevo pouco
acentuado. Ela é vizinha a bacia do rio Mucajaí, cujo maior potencial se relaciona às exposi-
ções em morros e serras e pelo acesso rodoviário e a disponibilidade de rede elétrica.
Historicamente, nas áreas de suas cabeceiras (Terra Indígena Ianomâmi), foram des-
envolvidas atividades de garimpagem para ouro. O rio Apiaú constitui o limite meridional da
Floresta Nacional de Roraima (interflúvio Mucajaí – Apiaú) e também serve de limite às ter-
ras indígenas Ianomâmi. Deste modo, a totalidade da região focalizada não favorece a inves-
timentos exploratórios, salvo levantamentos científicos de caráter multidisciplinar.
3.2.4.3.12 – Bacia do rio Repartimento do Ajarani
Na região da serra do Repartimento ocorrem corpos alcalinos mesozóicos, anortositos
e gabros, além de granitos diversos. O baixo Repartimento é também parte integrante do li-
mite com a Terra Indígena Ianomâmi.
O acesso feito unicamente por via fluvial (a partir da BR-210, sem pavimentação), a
densa cobertura vegetal e a falta de infra-estrutura na área são fatores que oneram a prospec-
ção mineral.
O fosfato – nióbio – terras-raras – titânio – barita estão associados a magmatismo al-
calino do Complexo Alcalino Apiaú, da região da serra Repartimento. A esses corpos corres-
pondem elevados níveis radiométricos. Pesquisas nessa região revelaram grande potencial
mineral, com uma estimativa de reserva de fosfato da ordem de 3,5 milhões de toneladas, com
teor médio entre 3-5%. Alem disso, foram constatadas três ocorrências de barita, na forma de
“stockwork”.
3.2.4.3.13 - Bacia do rio Parimé
Grande parte da bacia do rio Parimé está implantada sobre substrato vulcânico e gra-
nítico. No baixo curso, o terreno corresponde a metassedimentos e coberturas arenosos mais
jovens. O rio Parimé configura o limite para diversas terras indígenas, citando-se Ouro, Ponta
da Serra, São Marcos e Raposa – Serra do Sol; na altura do paralelo 4o, o rio é cortado pela
BR-174, dando início às terras São Marcos. As exposições graníticas e vulcânicas para fins
ornamentais encontram-se em serras como Curicaca e Tipiti, ao longo da BR-174, que ex-
põem frentes de rocha expostas, sob forma de lajeiros e grandes blocos de rocha subarredon-
dados. O acesso é realizado pela BR-174 e estradas secundárias, com plena estrutura de rede
elétrica. Os ensaios tecnológicos empreendidos às rochas apontam para sua utilização para
fins ornamentais, com exceção a ambientes úmidos com líquidos corantes. O padrão de fratu-
ras restringe algumas ocorrências, principalmente em rochas vulcânicas. A área protagoniza o
entorno do sítio arqueológico da Pedra Pintada (RR-400) e requer providências que garantam a
preservação ambiental das encostas de serras, sobretudo nas proximidades das vias de acesso.
3.2.4.3.14 - Bacia do rio Trairão
De sua foz com o rio Urariqüera até o limite da área abrangida pelo ZEE, está implan-
tada sobre substrato granítico, com subordinados afloramentos de rochas vulcânicas. A região
é geologicamente pouco investigada, apresentando, contudo, potencial para ouro aluvionar.
As restrições impostas à área incluem a dificuldade de acesso, curso fluvial para navegação
aceitável apenas para embarcações de pequeno porte, vegetação de floresta e topografia aci-
dentada. A pesquisa para ouro primário requer que primeiro sejam efetuados mapeamentos
geológicos sistemáticos, em escala de detalhe.3.2.4.3.15 – Bacia do rio Uraricaá
A bacia do rio Uraricaá, no trecho compreendido entre sua foz e limite com a Terra
Indígena Ianomâmi, tem servido de palco à atividades garimpeiras para ouro, revelando áreas-
potencial como as grotas Rica, Zé do Óleo, Dor e Homero e localidades do Garimpinho e
Porto Chicute. Encontra-se implantada sobre substrato granítico e vulcânico, registrando ain-
da intrusões ígneas básicas. A região é geologicamente pouco investigada e apresenta intensa
deformação do substrato rochoso. A atividade exploratória aluvionar para ouro constitui a
principal atividade minerária, sendo desenvolvida em drenagens de terceira e quarta ordens.
No início da década de 80, várias grotas produziram mais de 70 kg de ouro. Registra, ainda,
favorabilidade à prospecção de ouro primário, associado a veios de quartzo. As restrições im-
postas à área são semelhantes àquelas da bacia do rio Trairão, no que se refere à dificuldade
de acesso, e acesso fluvial restrito a embarcações de pequeno porte, além da densa cobertura
vegetal e topografia acidentada. O acesso, por via fluvial, é feito através de trecho encachoei-
rado do furo Santa Rosa, no rio Urariqüera, com alternativa através do rio Trairão. Alternati-
vamente pode-se utilizar uma estrada secundária para serra Tepequém. Em conclusão, os óbi-
ces existentes aos acessos fluvial e terrestre/fluvial tornam a utilização do transporte aéreo
mais viável, embora muito dispendioso.
A prática mineira, de utilização de mercúrio na amalgamação do ouro, confere preo-
cupações quanto à poluição das águas dos rios e igarapés. Faz-se necessário o desenvolvi-
mento de programa de planejamento e monitoramento ambiental, principalmente em áreas de
rejeito e de assoreamento. No campo social, deve ser mantido um programa de erradicação de
doenças endêmicas.
3.2.4.3.16 - Bacia do rio Jauaperi I
A bacia do rio Jauaperi, baixo e médio cursos, está instalada em área de rochas sedi-
mentares quaternárias, aluviões recentes, aluviões sub-recentes e terraços, sendo parte inte-
grante da bacia do rio Negro. Assinala o limite entre os estados de Roraima e Amazonas. A
totalidade da região não favorece a investimentos exploratórios, salvo estudos científicos
multidisciplinares e outras atividades que visem a proteção do ecossistema (Pantanal Setentrio-
nal).

3.2.4.3.17 – Bacia do rio Macucuaú
A bacia do rio Macucuaú está instalada em área de rochas sedimentares quaternárias,
aluviões recentes, aluviões sub-recentes e terraços, sendo parte integrante da bacia do rio Ne-
gro. A totalidade da região não favorece a investimentos exploratórios, salvo estudos geológi-
cos paleoambientais e demais atividades que ofereçam condições de proteção do ecossistema
(Pantanal Setentrional), preservação de seus recursos naturais e oportunidade de pesquisa ci-
entífica integrada.
3.2.4.3.18 – Bacia do rio Alalaú
A bacia do rio Alalaú, atravessada pela BR-174, percorre terrenos granitico-
gnáissicos, com ampla formação de platôs lateríticos. Assinala o limite entre os Estados de
Roraima e Amazonas e a Terra Indígena Uaimiri-Atroari.Apresenta favorabilidade à prospec-
ção de estanho, columbita-tantalita e zirconita. As áreas de lateritos são potenciais para as
atividades exploratórias de piçarra. A inexistência de levantamento geológico sistemático de
detalhe, que possibilite uma melhor compreensão do terreno geológico, restringe as investi-
gações prospectivas. O acesso, eminentemente fluvial (a partir da BR-174), o clima e a
vegetação de floresta densa e a falta de infra-estrutura são fatores que oneram as investi-
gações científicas.


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