Zoneamento Ecológico

 

 

 

 

restrita para lavouras, em face das deficiências de fertilidade natural e do déficit hídrico
sazonal. Essas limitações podem ser superadas, contudo, se forem implantadas culturas al-
tamente tecnificadas.

3.2.3.3.1.3 - Microbacia do rio Cauamé - área com lagoas
Ainda nessa feição fitoecológica aparecem áreas abaciadas, com lagoas, em cujos fun-
dos tem-se gleissolos háplicos e melânicos, distróficos, de textura média, considerados restri-
tos para lavouras, devendo-se preservar esse ecossistemas para utilização pela fauna silvestre.
Grande parte da bacia do rio Cauamé encontra-se em terreno sedimentar da Formação
Boa Vista; contudo, duas principais áreas contrastam geologicamente: afloram rochas basálti-
cas (Complexo Vulcânico Apoteri) no seu baixo curso e predominam metassedimentos (pa-
ragnaisses e metacherts do Grupo Cauarane) nas suas cabeceiras. Na área dos basaltos, com
destaque para a serra Nova Olinda, existem duas frentes de lavra para brita abandonadas e que
foram intensamente exploradas em épocas pretéritas. No entorno dos afloramentos e na pro-
ximidade da RR-205 (Boa Vista – Alto Alegre) é comum a presença de depósitos lateríticos e
de piçarra, que vêm sendo explorados e utilizados na recuperação de estradas.
 No que tange à água subterrânea, predomina o domínio intergranular (sistema aqüífe-
ro Boa Vista), com produtividade bastante elevada - até 113m3/h e secundariamente, o domí-
nio fraturado, de menor potencialidade.
3.2.3.3.1.4 – Bacia do rio Branco III - margem esquerda, a montante da foz do Mucajaí
Pela margem esquerda, tem-se savana-parque e o contato savana/floresta, sobre argis-
solo vermelho-amarelo e áreas com coberturas sedimentares, apresentando latossolo amarelo
alumínico, textura média e argilosa. Essas áreas apresentaram potencialidade boa e regular em
sistemas desenvolvidos de agricultura. O uso atual, nas áreas de savanas principalmente, é a
pastagem extensiva, todavia com boas possibilidades para lavouras de grãos, em sistemas de
manejos avançados. Nas áreas de contato existem lavouras perenes com alto índice de aban-
dono. Abrange as Terras Indígenas Taboa Lascada e Malacacheta.
3.2.3.3.1.5 - Bacia do rio Branco III - a montante da foz do Mucajaí, margem direita
(abrange pequeno trecho da Macrozona IV)
A montante da foz do rio Mucajaí, pela sua margem direita, predomina savana grami-
nosa sobre latossolo amarelo e argissolo amarelo, alumínico, de textura média e argilosa; nas
áreas mais abaciadas ocorre argissolo acinzentado, alumínico, arênico, de textura areno-
sa/média e gleissolo háplico, distrófico, com potencialidade restrita para lavouras temporárias
em decorrência do déficit hídrico durante parte do ano e da deficiência dos solos em fertilida-
de natural.
3.2.3.4 – Potencialidades e restrições geológicas e geomorfológicas
Do ponto de vista dos seus ecótopos, o Domínio III se mostra favorável à ocupação,
uma vez que o terreno apresenta relevo plano a levemente ondulado com solos pouco propíci-
os à instalação dos processos erosivos naturais.
Fatores restritivos são aplicados às vertentes íngremes das formas residuais isoladas na
superfície e às áreas inundáveis com presença de lagos, sob o risco de contaminação do lençol
freático e desequilíbrio do ecossistema local. Um outro fator limitante está relacionado à dis-
ponibilidade de água durante o período de déficit hídrico em algumas bacias hidrográficas,
bem como, a ausência de fontes locais para insumos para a agricultura como o calcáreo.


3.2.3.4.1 – Bacia do rio Mucajaí
A bacia do rio Mucajaí, pela sua margem direita, na proximidade do maciço Mucajaí,
revela potencialidade em rochas para fins ornamentais, pedra de cantaria e brita, encontrando-
se expostas em morros e serras e oferecendo proximidade de acesso rodoviário e rede elétrica.
As frentes de exploração para pedra de cantaria e brita encontram-se em atividade manual e
semimecanizada há algum tempo, constituindo o principal manancial de paralelepípedos para
atendimento aos municípios de Mucajaí, Iracema e Boa Vista. Como ornamentos, existem
granitos com ampla variação de cor e textura, com destaque para os tipos que apresentam
ovóides centimétricos na matriz e que são predominantes na região. Tipos gnáissicos também
são comuns na proximidade da BR-174 e servem como paralelepípedo e guias de sarjeta às
obras de pavimentação de Mucajaí (sede de município), Iracema (sede de município), Boa
Vista (sede de município) e vilas Apiaú e Roxinho, além de brita para obras de asfaltamento e
manutenção da BR-174 e principais vicinais. Devem ser observadas condições de preservação
ambiental em áreas de encostas de serras, proximidade de estradas principais (BR-174) e se-
cundárias (vicinais do Apiaú e Roxinho), além da rede de drenagem (rios Branco e Mucajaí),
além da distância de áreas de concentração humana devida a poluição atmosférica e sonora
provocada pela extração de brita. Na várzea do rio Mucajaí desenvolvem-se trabalhos manu-
ais para a exploração de argila e seixo. O seixo é explorado por meio de balsas no leito do rio,
enquanto à extração de argila se faz em terraços às margens do rio e cuja espessura do pacote
argiloso é em média, de 3,0 metros. A argila do rio Mucajaí é de boa qualidade, conforme
resultados dos ensaios cerâmicos, fornecendo indicação de sua provável utilização como ce-
râmica branca. Dada às condições de proteção ambiental nas margens dos rios Mucajaí e
Branco, torna-se necessária a pesquisa de áreas alternativas à investigação da qualidade, es-
pessura e distribuição em superfície da argila para fins da construção civil. Sugere-se a execu-
ção de programa de avaliação de impacto ambiental em áreas que se encontram degradadas
pela atual atividade dos oleiros.
3.2.3.4.2 – Bacia do rio Quitauaú
A bacia do rio Quitauaú percorre similar terreno rochoso àquele da bacia do rio Ca-
chorro, encontrando-se representado por gnaisses e granitos variados em complexa organiza-
ção estrutural. Tipos para rochas ornamentais podem ser contemplados na região da vila
Cantá, cujos granitos acinzentados e gnaisses oferecem maior potencialidade e perspectiva de
mercado, tomando-se como exemplo, a proximidade da capital Boa Vista. Por outro lado, a
ausência de levantamento geológico de detalhe que possibilite o melhor entendimento de seu
substrato, restringe preliminarmente as investigações à ocorrência de bens minerais. O cres-
cimento e desenvolvimento urbano na região e que inclui áreas de assentamento de colonos,
restringe naturalmente a vocação à pesquisa mineral por parte de pequenos mineradores.
3.2.3.4.3 – Bacia do rio Arraia
As exposições de rocha para fins ornamentais, pedra de cantaria e brita encontram-se
em morros e serras que expõem frentes de rocha, na forma de lajeiros e grandes blocos; facil-
mente acessíveis através da BR-401 e rede elétrica. Na região do igarapé Garrafa, ocorrem
concreções ferruginosas ricas em ágata, em associação com chert e quartzo leitoso. Os litóti-
pos dominantes são granitos, gnaisses e basaltos; os ensaios tecnológicos empreendidos nos
primeiros apontam sua utilização para fins ornamentais. Amplas áreas de lateritos (rocha ba-
sáltica intemperizada) propícios à utilização como piçarra são comuns nessa região, citando-
se o Alto do Tomba.


3 - Elaboração de programas de planejamento e monitoramento junto a órgãos gover-
namentais estaduais e federais e da comunidade oleira (associação e indústrias). Nesse senti-
do, o Governo de Roraima através de convênio com a CPRM – Serviço Geológico do Brasil,
deu início ao projeto “Pesquisa de Argila para Cerâmica Vermelha de Boa Vista –RR”, cujos
resultados preliminares são bastante animadores.
4 – Tendo em vista a previsível demanda por recursos hídricos, tanto para o consumo
humano, quanto para outros usos, deve-se ter em vista exercitar os cuidados necessários à
preservação dos recursos hídricos nas bacias envolvidas, através de estudos voltados à preser-
vação dos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos. Tais estudos devem incluir, obri-
gatoriamente, a escolha dos locais para alocação de indústrias e outras fontes de poluição,
expansão urbana, cinturão agrícola, disposição de rejeitos, vias de comunicação, áreas de la-
zer e o monitoramento da qualidade das águas.
5 – Em aditamento, recomenda-se que o Plano Diretor de Boa Vista abranja toda a
área do Domínio III e inclua o desenvolvimento de outros núcleos urbanos ali existentes; nes-
se sentido, alguns aspectos como a disposição de rejeitos, proteção das belezas cênicas, sítios
históricos e a prevenção de processos de assoreamento e erosão são fundamentais. Merecem
menção, ainda, alguns pontos como a preservação das dunas próximas à serra Grande e o ma-
nejo e recuperação das áreas de retirada de material de empréstimo ao longo dos rios;
6 – Com respeito às populações indígenas, propõe-se que sejam realizadas gestões
com a FUNAI no sentido de se desenvolverem sistemas de parcerias para lavouras e outras
atividades econômicas, como o turismo e piscicultura, além da otimização dos serviços urba-
nos em benefício dessas populações;
7 – Tendo em mente o previsível crescimento urbano de Boa Vista, a melhoria dos pa-
drões de vida e as demandas de consumo, deve-se planejar a expansão das atividades agrope-
cuárias, turísticas, piscicultura, fruticultura, agroindustriais, florestais e outras, com vistas ao
atendimento desse mercado emergente;
8 - Criação de áreas de proteção ambiental para a região de lagos, em função da sua
beleza cênica e possível interesse para o equilíbrio ecodinâmico da região.
3.2.4 - MACROZONA IV – Domínio das Florestas Ombrófilas e Estacionais
Engloba, parcial ou integralmente, as seguintes bacias: Amajari (alta), Surumu (alta),
Parimé (alta), Trairão (toda); Uraricaá (toda); Urariqüera (alta e média), Mucajaí (quase toda),
Apiaú (toda), Repartimento (quase toda), Quitauaú (quase toda), Cachorro (toda), Urubu (por-
ção ocidental), Itã (toda), Anauá (alto e médio), Barauana (alto e médio), Jatapu, (toda), Jaua-
peri II (porção oriental), Alalaú (toda), Jauaperi I (quase toda), Branco I (toda), Xeriuini (mé-
dia e alta), Macucuaú (média e baixa), Itapará (baixa), Jufari (média e baixa).
3.2.4.1 – Características gerais
A compartimentação geomorfológica desta macrozona pode ser dividida em oito do-
mínios distintos, em função das suas características geomorfológicas e localização geográfica:
área serrana, localizada no extremo noroeste da macrozona (4a); superfícies colinosas associ-
adas a morrarias no oeste - noroeste (4b) e sudeste do Estado (4e); colinas tabulares e platôs
sustentados por crostas lateríticas, no extremo sudeste da área (4f); superfície tabular esculpi-
da em rochas sedimentares, isolada no noroeste do Estado (4c); superfícies levemente ondula-
das  a colinosas (4g) com formas residuais, representadas por alinhamentos serranos e maci-
ços isolados na porção setentrional do Estado (4d) e a área de influência do rio Branco, no sul
do Estado (4h).


4a – Área serrana cujas cotas máximas atingem cerca de 1000 metros. Representam
terrenos de forte a muito forte dissecação, desenvolvidos em rochas graníticas e vulcânicas do
Escudo das Guianas. As formas de relevo encontram-se representadas por maciços montanho-
sos e alinhamentos serranos, com a presença subordinada de leques aluviais.
4b, 4e, 4f- ocupam a porção oeste - noroeste (4b) e sudeste (4e), sendo caracterizadas
por colinas de dissecação fraca a média, localmente com a presença de morrarias. A porção
sudeste apresenta em seu limite meridional, platôs e colinas tabulares mantidos por crostas
lateríticas (4f), cujas cotas variam entre 80 e 200 metros.
4c – Ocorre de maneira isolada no noroeste do Estado, sendo constituída por uma su-
perfície tabular com bordas escarpadas, esculpidas sobre rochas sedimentares, na forma de
“mesas sedimentares” ou “tepuys”, denominada de serra do Tepequém, com altitude em torno
de 1000 metros.
4g e 4d - Superfícies levemente onduladas a colinosas de dissecação fraca a média,
pontilhadas por formas residuais e de acumulação tais como, morros isolados, planos arenosos
sujeitos à inundação, platôs lateríticos, campos de blocos e colinas de baixa amplitude (4g).
Sobressai-se, topograficamente, uma série de alinhamentos serranos e maciços montanhosos,
com cotas próximas aos 1000 metros, representados pelas serras da Lua, da Prata, Barauana e
Anauá, dentre outras (4d). A cota média observada varia entre 80 e 150 metros.
4h – Área de influência do rio Branco, no sul do Estado, situada entre a foz do rio Ne-
gro e Catrimâni. Contempla extensas e contínuas áreas de planícies e/ou terraços fluviais
constituídos por alongadas faixas de depósitos fluviais, comportando, por vezes, meandros
abandonados.
3.2.4.2 – Potencialidades e restrições pedológicas
3.2.4.2.1 - Bacia do rio Branco I
Nas planícies, ocorre floresta ombrófila aluvial sobre gleissolos háplicos, alumínicos
com potencialidade restrita em sistemas de manejo tradicional (a) e semidesenvolvido (b); o
uso atual mais freqüente é o extrativismo frutícola e as lavouras temporárias, em nível de sub-
sistência ou semicomercial.
No curso do rio Branco aparecem ilhas com neossolo quartzarênico, hidromórfico,
alumínico e neossolo flúvico, Tb, distrófico, sob formação pioneira campestre.
Nos terraços mais elevados, da foz até a confluência do rio Itapará, aparece a floresta
ombrófila densa, sobre argissolos amarelos, alumínicos e latossolos amarelos, alumínicos,
com potencialidade regular a boa, respectivamente, para usos mais intensivos em sistema de
manejo avançado. O uso mais freqüente é o extrativismo madeireiro seletivo e frutícola.

3.2.4.2.2 - Bacia do Rio Branco-II
Essa parte da bacia do Rio branco abrange os Municípios de Caracaraí, Rorainópolis,
Iracema e Cantá.
Na faixa da bacia a montante de Caracaraí, até a foz dos rios Cachorro e Mucajaí, do-
mina a floresta  ombrófila densa e áreas de contato desta com a floresta estacional, sobre solos
predominantemente do tipo argissolo vermelho –amarelo e amarelo alumínico típico, textura
média/argilosa e latossolos vermelho- amarelo alumínico típico, textura argilosa, com poten-
cialidade regular a boa em sistemas avançados de agricultura, recomendando-se, outrossim,
em benefício do equilíbrio ecológico, a introdução de lavouras de ciclo perene e/ou essências
florestais.

Na faixa de planícies, ocorre a floresta ombrófila aluvial sobre gleissolos háplicos
alumínicos com potencialidade restrita em sistemas de manejo tradicional (a) e semidesenvol-
vido (b); o uso mais freqüente é o extrativismo frutícola e lavouras temporárias em nível de
subsistência e semicomercial. Outros usos como turismo e lazer têm sido observados nessa
área.
3.2.4.2 .3 - Bacia do rio Branco III
Nas planícies, a montante da foz do rio Cachorro, aparece floresta ombrófila aluvial,
inicialmente, estão sobre gleissolos háplicos, alumínicos e posteriormente, sobre o domínio de
neossolo flúvico, Tb, distrófico típico, de textura média a arenosa, com potencialidade restrita
em sistema de manejo tradicional (a) e semidesenvolvido (b) para lavouras temporárias.
3.2.4.2.4- Sub-bacia do rio Xeriuini
Nos terraços mais elevados, da foz até a localidade de Santa Rosa, ocorre a floresta
ombrófila densa, sobre latossolos amarelos alumínicos e argissolos amarelos, alumínicos, com
potencialidades regular a boa para usos mais intensivos em sistemas de manejos mais avança-
dos; o uso atual, mais freqüente, nessa região, é o extrativismo madeireiro seletivo e frutícola.
3.2.4.2 5- Sub-bacia do rio Xeriuini - cabeceiras do rio
Nas suas cabeceiras, aparecem pequenas manchas de floresta ombrófila aberta, encra-
vadas em áreas de campinarana arbustiva, sobre neossolo quartzarênico, órtico e argissolo
amarelo alumínico.
3.2.4.2.6 - Sub-bacia do Rio Urariqüera - da ilha de Maracá até o alto curso do rio
O domínio é da floresta ombrófila densa, a qual se estende além das fronteiras da área
do projeto, em Terra Indígena Ianomâmi. Essa unidade fitoecológica ocorre em sua maior
extensão sobre argissolos em relevo ondulado e fortemente ondulado, com potencialidade
restrita a usos não mais intensivos do que pastagem plantada. De um modo geral, contudo,
essas áreas devem ser mantidas conservadas, em face dos impedimentos físicos e das caracte-
rísticas do relevo. O uso do solo mais indicado é o extrativismo vegetal controlado.
3.2.4.2.7    - Microbacia do rio Trairão
O domínio é de floresta ombrófila densa e de áreas de contato floresta estacio-
nal/floresta ombrófila, sobre argissolo vermelho-amarelo, alumínico, textura média/argilosa
que, em relevo suavemente ondulado tem boa potencialidade para lavouras e em relevos mais
acidentado é apropriado apenas para pastagem plantada. Nas cabeceiras dos tributários ocor-
rem feições de floresta ombrófila aberta sobre latossolo vermelho amarelo, alumínico, petro-
plíntico, de textura argilosa, apresentando potencialidade restrita para lavouras devido a im-
pedimentos físicos do solo pela presença de cascalho, além da deficiência da fertilidade natu-
ral. O uso do solo mais freqüente é o extrativismo vegetal e animal, sobretudo nas terras
indígenas.
3.2.4.2.8 – Microbacia do rio Uraricaá - foz do rio
Próximo a foz, aparece uma faixa com feições da floresta ombrófila densa e áreas de
contato com a floresta estacional, sobre latossolo vermelho amarelo, alumínico, petroplíntico
de textura argilosa, apresentando potencialidade restrita para lavouras devido a impedimento
físico (cascalhos), além da deficiência em fertilidade natural.
3.2.4.2.9 - Microbacia do rio Uraricaá - cabeceiras
Seguindo-se para suas cabeceiras, já em terras Ianomâmi, o domínio é da floresta om-
brófila densa e de pequenas ilhas de áreas de contato floresta estacional/floresta ombrófila,
sobre argissolo vermelho-amarelo, alumínico, textura média/argilosa, em relevo ondulado,

apresentando boa aptidão para pastagem plantada, não sendo indicado, contudo, para la-
vouras.
3.2.4.2.10 -  Microbacia do rio Repartimento - próximo das colônias Roxinho e Campos
Novos
 Apresenta feições dominantes de floresta ombrófila densa e subordinadamente, na
porção oriental, floresta ombrófila aberta, sobre latossolo vermelho-amarelo, alumínico, plín-
tico, de textura argilosa e média, em relevo suavemente ondulado e plano, com potencialidade
regular para uso com lavouras; em argissolos vermelho-amarelo, alumínico, de textura areno-
sa/média, em relevo suavemente ondulado, a potencialidade para lavouras é boa, devendo se
considerar sistemas de manejo desenvolvidos com vistas a eliminar os fatores limitantes. O
uso atual das áreas agricultáveis está direcionado para a pecuária extensiva e lavouras pere-
nes, registrando-se, ainda, pequenas áreas de lavouras de subsistência e semicomercial com
culturas de grãos (milho, arroz, feijão) e mandioca para produção de farinha. Essas feições
distribuem-se através da gleba Caracaraí, sobretudo nas colônias Roxinho e Campos Novos e
em pequena parte das Terras Ianomâmi.
3.2.4.2.11 - Microbacia do rio Repartimento - áreas serranas
Outra feição que aparece é a das florestas estacionais sobre neossolos litólicos, em re-
levo fortemente ondulado e montanhoso, que se constituem em áreas impróprias para o culti-
vo de lavouras, recomendando-se reservá-las para manter a vegetação nativa; abrange parte da
Terra Indígena Ianomâmi.
3.2.4.2.12 - Microbacia do rio Mucajaí - porção meridional
A montante da região da Colônia do Apiaú, ocorrem manchas de floresta ombrófila
densa muito alterada, sobre latossolo vermelho-amarelo, alumínico típico, de textura argilosa,
em relevo plano e suavemente ondulado, com boa potencialidade agrícola, em sistemas de
agricultura desenvolvidos; o uso atual, ao longo dos travessões dos projetos de assentamento
do INCRA, está voltado para lavouras e pecuária extensiva. Ocorrem, também, manchas de
floresta estacional, sobre neossolos litólicos, distróficos, em relevo fortemente ondulado e
montanhoso, inaptos para o cultivo de lavouras, recomendando-se manter a vegetação nativa.
3.2.4.2.13 - Microbacia do rio Apiaú
Predominam a floresta ombrófila densa e as áreas de contato floresta estacio-
nal/floresta ombrófila, sobre latossolo vermelho-amarelo, alumínico, textura argilosa e argis-
solo vermelho-amarelo, alumínico, com textura média/argilosa, em relevo suavemente ondu-
lado; a potencialidade agrícola é boa. O uso atual restringe-se a pastagens e lavouras, sobretu-
do de ciclo perene.
3.2.4.2.14 - Microbacia do rio Apiaú - áreas serranas
Próximo às cabeceiras, na região da serra do Apiaú e noutros pontos, a bacia apresen-
ta-se com manchas de floresta estacional, sobre neossolo litólico, distrófico, em relevo forte-
mente ondulado e montanhoso, compondo áreas consideradas inaptas para a prática da agri-
cultura.
3.2.4.2.15 - Microbacia do rio Parimé - cabeceiras
Nas cabeceiras do rio, ocorre uma faixa de floresta ombrófila densa, sobre argissolo
vermelho-amarelo, distrófico, textura média/argilosa em relevo suavemente ondulado a on-
dulado, apresentando potencialidade regular para lavouras. Nas porções com relevos monta-
nhosos, ocorre neossolo litólico distrófico de textura média e afloramentos de rochas, que não

apresentam aptidão para uso com lavouras, sendo indicados para preservação da flora

 

3.2.4.2.16 - Microbacia do rio Amajari - cabeceiras
No limite noroeste, aparece, inicialmente, uma faixa de floresta ombrófila densa sobre
neossolo litólico, distrófico, textura média, associado a argissolos e afloramentos rochosos,
em relevo montanhoso, sem potencial para lavouras, recomendando-se a sua destinação para
conservação da flora e fauna. Na porção intermediária da microbacia, aparece uma faixa de
floresta ombrófila aberta, sobre argissolo vermelho-amarelo, distrófico, textura mé-
dia/argilosa, em relevo suavemente ondulado a ondulado, apresentando potencialidade apenas
regular para agricultura.
3.2.4.2.17 - Microbacia do rio Amajari - área serrana
Incrustadas na forma de ilhas, sobre afloramentos e neossolos litólicos ocorrem feições
da floresta estacional, em relevo montanhoso, configurando áreas propícias para conservação
da flora e fauna. Na porção setentrional da microbacia, ocorre uma faixa de floresta estacio-
nal, sobre argissolo vermelho-amarelo, eutrófico de textura média, em relevo suavemente
ondulado, que embora apresente alguns impedimentos físicos nos horizontes mais profundos,
não oferece restrições para a maioria das culturas, pelo contrário, devido a alta fertilidade na-
tural dos solos, a potencialidade para lavouras, em sistemas de manejo semidesenvolvido (B)
e desenvolvido(C) é boa.
3.2.4.2.18 - Sub-bacia do rio Quitauaú - região do Cantá
Na porção sul da bacia, ocorre domínio da floresta ombrófila densa sobre latossolo
amarelo alumínico, argissólico, textura argilosa e latossolo vermelho-amarelo alumínico, textura
argilosa, em relevo plano e suavemente ondulado, com boa potencialidade nos sistemas de agri-
cultura avançados. Essas áreas, que compõem os diversos projetos de assentamentos do
INCRA, na região do Cantá, apresentam usos voltados para lavoura e pecuária, observando-se,
contudo, grande abandono, surgindo, conseqüentemente, vegetação secundária, de regeneração.
No entorno de Cantá, algumas serras como a Malacacheta e Grande, apresentam fei-
ções de floresta estacional, sobre neossolo litólico distrófico e argissolo vermelho-amarelo,
alumínico, em relevo fortemente ondulado e montanhoso, conformando terras não indicadas
para lavouras. A parte meridional e setentrional da bacia, no entorno de Cantá, apresenta fei-
ções bastante extensas do contato da savana com a floresta ombrófila, sobre latossolo amare-
lo, alumínico, em relevo plano e suavemente ondulado, compondo terras boas para o uso com
lavouras, em sistema de manejo semidesenvolvido e desenvolvido. O uso atual está voltado
para lavouras, porém com alto percentual de insucesso, em função do modelo de exploração
adotado.
3.2.4.2.19 - Sub-bacia do rio Cachorro - ao longo do curso
 A leste e a oeste do curso do rio, o domínio é de floresta ombrófila densa com um alto
índice de antropismo, refletindo um conjunto de paisagens constituídas de áreas abandonadas,
com diversos níveis de alteração, mescladas com atividades de lavouras perenes, em nível
semi-comercial e comercial e pastagem plantada. Os solos são constituídos, da margem do rio
para as cabeceiras dos tributários, por latossolo amarelo, alumínico, argissólico de textura
argilosa, em relevo plano e suave ondulado. Nas cotas mais elevadas, na parte ocidental da
bacia, aparece latossolo vermelho-amarelo, alumínico, típico, de textura argilosa, em relevo
suave ondulado. Na porção oriental da bacia, tem-se argissolo vermelho-amarelo, alumínico,
típico, de textura média/argilosa, em relevo suave a ondulado. Essas terras são consideradas
boas para lavouras, em sistemas de agricultura desenvolvidos e apenas regulares para os sis-
temas menos intensivos.


Essas unidades pedogenéticas, em grande parte de sua extensão, além de apresentarem
presença de petroplintita ou plintita estão associadas a plintossolos pétricos, considerados
inaptos à mecanização e ao bom desenvolvimentos das raízes de plantas, principalmente no
caso de lavouras perenes, a ponto de se poder atribuir parte dos insucessos dos diversos as-
sentamentos a essas características de aptidão (restrições) além do fato de que faltou uma
melhor seleção das manchas de solos, em função da inexistência de levantamentos de detalhe.
3.2.4.2.20 - Sub-bacia do rio Cachorro - áreas serranas isoladas
Feições de floresta estacional aparecem nas cabeceiras dos tributários, sobre neossolo
litólico típico, de textura média, em relevo fortemente ondulado e montanhoso, como na serra
Barata e outras, consideradas como áreas inaptas para lavouras, recomendando-se a sua desti-
nação para a preservação da flora e fauna e atividades de ecoturismo.
O uso atual é voltado para lavouras, constatando-se, porém,  alto percentual de insu-
cesso em função do modelo de exploração adotado e dos impedimentos inerentes às caracte-
rísticas das terras.
3.2.4.2.21 - Sub-bacia do rio Anauá - área serrana
Nas cabeceiras da bacia, predomina a floresta ombrófila densa e aberta, sobre latossolo
vermelho-amarelo, alumínico, de textura argilosa, em relevo ondulado e argissolo vermelho-
amarelo, alumínico, de textura média/argilosa, em relevo suave ondulado e ondulado, con-
formando terras regulares e boas para lavouras Num ecossistema mais apropriado para cultu-
ras perenes e essências florestais, deve-se utilizar preferencialmente as áreas já alteradas. Na
região das serras Acaraí e Anauá, essas unidades fitoecológicas distribuem-se sobre  neossolo
litólico distrófico, textura média, em relevo fortemente ondulado a montanhoso, conformando
terras inaptas para lavouras, sendo recomendável a sua destinação para a preservação da flora
e fauna. A unidade ocupa a maior parte da Terra Indígena Uai-Uai.
3.2.4.2.22 - Sub-bacia do rio Anauá - média bacia
Na porção mediana da bacia, ocorre cambissolo háplico, Tb, distrófico, argissólico,
plíntico, de textura argilosa associado a argissolo vermelho-amarelo, alumínico de textura
média/argilosa, conformando terras apenas regulares para lavouras, devendo-se considerar o
sistema de manejo e os modelos de exploração a serem adotados, em função da presença de
plintita e da profundidade dos solos. Essas áreas apresentam um alto índice de antropismo
(pecuária e lavouras), além da presença de áreas abandonadas, em processo de regeneração da
vegetação.
3.2.4.2.23 - Microbacia do rio Itã - cabeceiras
 Na região das nascentes, domina floresta ombrófila densa e aberta, sobre argissolo
vermelho-amarelo, textura média/argilosa, em relevo que varia de plano até fortemente ondu-
lado. Esses solos são considerados regulares a bons para lavouras, porém, em função do rele-
vo e de impedimentos físicos, como presença de plintita e petroplintita, algumas porções des-
sa unidade pedogenética foram consideradas apenas regulares para pastagem plantada e, por-
tanto, impróprias para a prática de lavouras.
3.2.4.2.24 – Microbacia do rio Itã - área alagada, porção intermediária da bacia
Na porção intermediária da bacia, aparecem feições de tensão ecológica sob a forma
de contato de formação pioneira com floresta ombrófila, sobre espodossolo ferrocárbico hipe-
respesso, típico, em relevo plano, compondo terras inaptas para uso agrícola.


 

 

 

 

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