Tese Doutorado

TABELA  6 – COLUNA GEOLÓGICA / ESTRATIGRÁFICA DE RORAIMA

 

 



TABELA 7 – POTENCIAL MINERAL POR FORMAÇÃO GEOLÓGICA EM
                       RORAIMA

 

FORMAÇÃO
GEOLÓGICA

POSSIBILIDADES DE
MINERAÇÃO

COMPLEXO GUIANENSE

 

  1. Pegmatitos portadores de Tântalo, Estanho, Berílio, Lítio e 

Césio

  1. Veeiros de Quartzo com Ouro
  2. Graisens  com Estanho e secundariamente Tântalo e Nióbio
  3. Intrusivas básicas e ultrabásicas com Cromo, Cobre, Níquel, Platina e Diamante.
  4. Minerais Radioativos em rochas do Complexo
  5. Básicas e ultrabásicas metamorfizadas portadoras de Ferro

GRUPO
CAUARANA

  1. Ferro e Manganês em xistos e quartzitos
  2. Mineralizações de Sulfetos associados a falhamentos

FORMAÇÃO
SURUMU

  1. Mineralizações de Sulfetos de Cobre e Chumbo; Zinco;

      Molibdênio e Ouro primário em rochas vulcânicas ácidas

CORPOS
INTRUSIVOS
CIRCULARES

  1. Granitos e granodioritos com Estanho, Tântalo, Tungstênio,

      Molibdênio e Topázio

  1. Albita e granitos com Nióbio
  2. Alcali-Sienitos e rochas afins com Titânio, Zircônio, Urânio e Tório.

GRUPO
RORAIMA

  1. Conglomerado polimictico na parte basal da formação com Ouro, Diamante e Minerais Radioativos.
  2. Diabásio Pedra Preta: Diamantes, Ouro, Lateritos Aluminosos e Niquelíferos.

GRUPO REWA
( Formação Apoterí e Tacutu )

  1. Sulfetos de Cobre, Cobre nativo, Pedras semipreciosas,

      ( Ametistas ) nas rochas vulcânicas da Formação Apoterí
-     Petróleo ,  Gás e Evaporitos no Graben do Tacutu

FORMAÇÃO
BOA VISTA

  1. Não metálicos associados, Bauxita, Diatomito e Calcário em

      baixos teores

ALUVIÕES

  1. Nas planadas e aluviões próximos ao Grupo Roraima:

      Diamante e Ouro

  1. Aluviões próximas dos  grupos intrusivos circulares :

      Cassiterita, Tantalita, Columbita, Zircão, Monazita e
      Ilmenita

LATERITOS

-     Níquel, Cromo e Vanádio

                                                                   Adaptado do Projeto RADAMBRASIL – 1 992

 

4.3.2 – Morfologia e Geomorfologia

O Estado de Roraima apresenta o mais variado conjunto morfológico da Amazônia. Temos variações que vão desde superfícies baixas, planas, recobertas de sedimentos recentes, passando por áreas de gradual declividade até atingirmos os abruptos dos mais altos relevos brasileiros.
Todo o conjunto do relevo regional tem um pacote espesso de metassedimentos suavemente dobrado bastante fraturado. Os mecanismos do fraturamento e da posterior erosão regional isolaram os metassedimentos em blocos muitos elevados e dispersos. (Monte Roraima, Serra Uruafanda, Serra do Tepequém, Serra do Sol, etc). Dando-se o nome nesta unidade de Planalto Sedimentar Roraima. Este conjunto se estende para Nordeste e Oeste e vai constituir o divisor de águas entre o Orinoco e o Amazonas, recebendo ai a denominação de Planalto do Interflúvio Amazonas - Orinoco.
 O conjunto destas duas unidades denomina-se didaticamente de Planalto das Guianas.
Abaixo destas unidades anteriores, temos uma área planaltica dissecada denominada de Planalto dissecado Norte da Amazônia. Nesta unidade, em suas áreas mais baixas, aparecem relevos residuais constituídos de rochas do complexo guianense. Estas pequenas unidades fragmentadas recebem o nome de Planaltos Residuais de Roraima.
Com a utilização de imagens de radar foram delimitadas com mais precisão as áreas de relevo baixo que passou a se denominar pediplano Rio Branco - Rio Negro.
O Projeto RADAMBRASIL divide o Estado de Roraima em 5 unidades morfoestruturais, quais sejam:

 

Planalto Sedimentar Roraima  : Formado por relevos tabulares trabalhados em rochas sedimentares e metassedimentares antigas do Grupo Roraima, apresentando encostas escarpadas tipo monte Roraima ou em alguns  sistemas  ravinados  tipo Serra do Sol.  Ocorrem extensos falhamentos de amplitude regional, condicionando a drenagem de toda a área.   Como exemplos de ocorrências morfológicas temos: Monte Roraima, serras : do Sol, Caburai, Tocobiren, Urutanin, Aracá  entre outras.

Planalto Interflúvio Amazonas – Orenoco: É o grande divisor das águas das bacias do Orenoco e Amazonas. Ocorrem nesta unidade grandes platôs do planalto sedimentar Roraima e uma grande série de patamares dissecados com altitudes variando de 600 a 2 000 metros.  Sua composição é de rochas pré – cambrianas do Complexo Guianense, Grupo Cauarane, Formação Surumu, Granodiorito serra do Mel, Grupo Roraima, Diabásio Pedra Preta e Granito Surucucus.  Como ocorrências morfológicas na unidade têm: Serras: Urucuzeiro, Parima, Pacaraima, Arai, Paracanari e Tepequen.

Planaltos Residuais de Roraima :  Forma grandes maciços isolados com altitudes que variam de 400 a 800 metros.  São formas de relevo elaboradas em rochas graníticas e granodioríticas do Complexo Guianense.  Constitui o interflúvio que separa os afluentes do alto e baixo rio Branco.  Como exemplos de ocorrências morfológicas  nesta unidade temos : serras : da Mocidade, Demini, Apiaú, Mucajaí, Balata, da Lua e Grande.

Planalto Dissecado Norte da Amazônia :  Foi elaborado em rochas do Complexo Guianense e sua denominação deve-se ao seu posicionamento geográfico e também aos vários tipos de dissecação do relevo que apresenta unidades morfológicas tabulares mantidas por crostas nas suas porções superiores, apresentando pontões rochosos.  Como exemplos morfológicos desta unidade temos as serras da Prata, Ajaraní e Tucano.

Pediplano Rio Branco – Rio Negro: É a unidade que ocupa a maior área no Estado de Roraima, composta de extensas superfícies aplainadas conservadas ou dissecadas em rochas pré – cambrianas do Complexo Guianense representadas por migmatitos, gnaisses  e granitos,; sedimentos inconsolidados do Terciário e Pleistoceno  e a Formação Boa Vista.  Abrange geograficamente as bacias dos rios Branco, Tacutu, Surumú e partes do médio e baixo Uraricoera e Mucajaí. A Ilustração  31  nos dá uma idéia da localização das unidades morfoestruturais descritas a cima.

ILUSTRAÇÃO  31 -  UNIDADES MORFOESTRUTURAIS DO ESTADO DE
                                     RORAIMA

RADAMBRASIL – 1 975

  

 


O Estado de Roraima pode ser dividido por unidades morfoclimáticas, conforme os princípios lançados por Cailleux e Tricart em 1957, posteriormente delineados e sistematizados por Ab´Sáber em 1967.  Estas unidades, no caso de Roraima foram melhor
detalhadas pelos dados levantados pelo Projeto Radam na década de 70.   Foram definidas para a área pelo Projeto RADAMBRASIL em 1975 unidades morfoclimáticas não seguindo totalmente a sistematizadas por Ab´Sáber, que considerou os tipos de relevo e a cobertura vegetal como principais variáveis de análise.  Utilizou-se para a denominação das unidades morfoclimáticas a localização das unidades morfoestruturais, uma vez que correspondem à divisão regional do relevo.
Foram determinados assim dois domínios morfoclimáticos intercalados por duas faixas de transição.  Este tipo de divisão, comparado com o esboço esquemático feito por Ab´Sáber em 1970, mostra que os mapeamentos obtidos por imagem de radar admitem ampliar a precisão cartográfica, tal como preconiza aquela pesquisa pioneira.  Assim, de um domínio denominado “Terras Baixas da Floresta da Amazônia” e de uma faixa de transição não definida, foram estabelecidos dois domínios e duas faixas de transição, quais sejam:

Domínio Morfoclimático em Planaltos Dissecados e Superfícies Pediplanadas :
 Abrange a totalidade do Planalto Sedimentar Roraima: do Planalto do Interflúvio Amazonas – Orinoco; áreas do Planalto Dissecado Norte da Amazônia e do Pediplano Rio Branco – Rio Negro, ocupando principalmente litologias do Complexo Guianense.
 A área é coberta por extensa floresta densa, englobando ainda alguns refúgios ecológicos e faixa de contato da floresta densa com floresta aberta e floresta estacional.
Vão existir dois bioclimas neste domínio, coincidindo com os planaltos dissecados mais elevados (acima de 1.800 m).Ocorre o Hipotermaxérico, sem período seco e temperatura do mês mais frio entre 15° e 20° C, mostrando a nítida influência do relevo.  O segundo bioclima é o Eutermaxérico, com temperaturas médias mensais acima de 20° C, coincidindo com as partes baixas do relevo. 
 A pluviosidade anual nos dois bioclimas supera 2 000 mm, com o máximo de dois meses secos.
A pedogenese mostra  a predominância de dois tipos de solos : Latossolo Vermelho Amarelo e Podzólico Vermelho – Amarelo, ocorrendo também algumas áreas com litosolos no extremo Norte do domínio.

Domínio Morfoclimático em Patamares Erosivos e Superfícies Pediplanadas
Compreende partes do Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco e do Pediplano Rio Branco – Rio Negro.  Ab´Sáber em 1970 denominou-o como faixa de transição, porém o conhecimento atual de sua extensão e características obtidas pelo imageamento de radar são as justificativas para a sua classificação de domínio, principalmente por não apresentar transição fitoecológica.
 Está delimitado por Savana e Savana Estépica correspondendo a duas variedades climáticas: o Termoxeroquimênico Atenuado, com 3 a 4 meses secos e o Termoxeroquimênico Médio, com 5 a 6 meses secos. Trata-se de um domínio bem específico e único na Amazônia Brasileira.
Ocupa áreas de múltiplos tipos de litologias que variam de idades pré-cambrianas, passando por jurássicas, cretáceas e até o pleistoceno.
A pedogenese desenvolvida neste ambiente bioclimático nos mostra uma predominância de solos Latosolo Amarelo, Laterita Hidromórfica e algumas ocorrências de solos litólicos.

 

Faixa de Transição em Planalto Residual :
Apresenta  um conjunto de elevações isoladas ( inselbergs ) sobre uma superfície de aplainamento extensamente distribuídos .  Esta faixa é definida pelo caráter de transição e mistura de associações vegetais, indo desde Floresta Densa até a Savana, de Oeste para Leste, passando por contatos bastante complexos denominados de Áreas de Tensão Ecológica e Floresta Estacional.
O clima é do tipo Subtermaxérico com 1 a 2 meses secos.  A pedogenese desenvolvida gerou solos Latosólicos Vermelho-Amarelos e algumas áreas de solos Concrecionários Lateríticos.

Faixa de Transição em Áreas Pediplanadas Inundáveis:
Ocupa a porção Meridional do Estado, limitada pelas serras do Aracá e da Mocidade ao Norte e interrompida a sua continuidade no Sul pelo Domínio da Floresta Densa Amazônica.
Tem uma cobertura sedimentar pouco espessa sobre as litologias do Complexo Guianense.  A pedogenese desenvolvida gera solos hidromórficos e areias quartzosas com algumas poucas crostas ferruginosas.
O clima é Eutermaxérico, com temperaturas medias mensais acima de 20° C.  Os longos períodos de chuva e umidade, a natureza da pedogenese e a ausência de drenagem organizada permitem a acumulação contínua de água.      O relevo é baixo e homogêneo.  As cotas variam entre 100 e 150 metros. A vegetação apresenta inúmeros tipos de formações pioneiras, com gramineas e alguns agrupamentos de cobertura arbórea.
A Ilustração 32 nos mostra espacialmente a distribuição destas unidades morfoclimáticas no Estado de Roraima

  N

 
ILUSTRAÇÃO 32 - UNIDADES MORFOCLIMÁTICAS EM RORAIMA

                                                                                  FONTE :  RADAMBRASIL - 1975

 

 

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