ILUSTRAÇÃO 68 - MALHA VIÁRIA PRINCIPAL DO ESTADO
DE RORAIMA
9.8.2 - Transporte Fluvial
É este o tipo de transporte que serviu à região do alto Rio Branco durante séculos e que até hoje de alguma forma é utilizado no transporte de mercadorias de Manaus a Caracaraí ou até Boa Vista dependendo, do nível das águas.
A navegação não permite embarcações de grande calado, sendo normalmente utilizadas barcos regionais e balsas para o transporte de variados tipos de mercadorias. Caracaraí possui instalações que permitem que funcione como um porto fluvial de pequeno porte.
Para dinamizar-se a navegação no Rio Branco deverão ser desenvolvidos estudos que analisem soluções de engenharia visando diminuir os riscos à navegação quer através de dragagens de pontos críticos, eliminação de pedrais, balizamento do canal, atualização periódica via imagens de satélites dos canais navegáveis, desenvolvimento de embarcações adequadas ao tipo de navegação do baixo Rio Branco, etc.
A utilização de containers em balsas e sua integração via caminhão com Boa Vista pode ser uma solução bastante viável em termos de economia, segurança e eliminação de danos no transporte de mercadorias.
9.9 - Definição de Matriz Energética para o Estado
Atualmente o fator que estrangula o desenvolvimento do Estado de Roraima é a ausência de energia elétrica em quantidade, custo e garantia de fornecimento contínuoO sistema termelétrico implantado na capital e na maior parte dos municípios já está no limite de sua vida útil, é de manutenção cara e utiliza-se de óleo diesel que sazonalmente passa por crises de abastecimento.
É imprescindível uma ação governamental imediata no sentido de ser definida uma matriz energética par os próximos 10 anos, que possa garantir ao investidor que vier a Roraima um fornecimento de energia compatível com seu empreendimento.
A Ilustração 69 dá subsídios para a proposição de um plano que vise o estabelecimento desta matriz energética, ao nosso ver a única solução para a redenção econômica e social do Estado.
A seguir são listados uma série de pontos que poderiam montar o arcabouço de
um diagnóstico sério e realista do problema energético no Estado:
ILUSTRAÇÃO 69 - FLUXO METODOLÓGICO PARA O ESTUDO DE
VIABILIDADES ENERGÉTICAS PARA RORAIMA
DIAGNÓSTICO GLOBAL DO PROBLEMA
BARRAGENS DE PEQUENA QUEDA
ANÁLISE DE EXPERIÊNCIAS JÁ REALIZADAS
USINAS HIDRO
ELÉTRICAS
Jaime de Agostinho – 1993
9.9.1 - A UHE do Alto Jatapú
Esta usina hidrelétrica de pequeno porte foi construída para gerar 10 MW na sua operação final visando o atendimento do Sul do Estado. Localiza-se no Rio Jatapuzinho afluente do Rio Jatapú, afluente por sua vez do Rio Amazonas. A área onde está o reservatório, independentemente de ser floresta amazônica, tem um regime de chuvas com algumas irregularidades, o que compromete em alguns períodos do ano a geração firme da energia total proposta. Into deve-se aos poucos estudos prévios realizados para a localização da usina, inclusive nos aspectos ambientais.
Atualmente temos uma séria ameaça à vida útil da usina devido ao assoreamento que começa a ocorrer de forma crescente, devido à operação de garimpos clandestinos no alto curso do Rio Jatapuzinho .
Devido a atual deficiência de armazenamento do reservatório, independentemente da grande insistência da CER – Companhia Energética de Roraima, em colocar mais duas turbinas, é extremamente necessário e urgente a elaboração de estudo técnico e ambiental visando inventariar-se outros potenciais da bacia do Rio Jatapú e de seus afluentes no sentido de ampliar-se o que atualmente é gerado, podendo até ser estudada a comercialização da energia excedente para o complexo de mineração do Pitinga, no Estado do Amazonas, que em suas futuras expansões necessitará de energia, já que a capacidade geradora de sua hidrelétrica chegou no limite máximo de utilização. A distância em linha reta da UHE do Alto Jatapú e o Complexo Pitinga está por volta de 150 Km.
9.9.2 - A UHE do Cotingo
A área proposta para a futura UHE do Cotingo localiza-se na Região Nordeste do Estado de Roraima, no médio Rio Cotingo, a cerca de 210 quilômetros em linha reta de Boa Vista, com as seguintes coordenadas geográficas: 04º 35’00’’ Latitude Norte e 60º 23’00’’ Longitude Oeste de Greenwich
A Ilustração 70 dá uma idéia da localização em nível macro regional.
O projeto pretende implantar uma barragem logo a montante da Cachoeira do Tamanduá, local denominado km 113, distância esta contada a partir da Foz do Rio Cotingo no Rio Surumu.
A Ilustração 71 mostra a localização regional da UHE do Cotingo, inclusive com a sua possível área de inundação.
ILUSTRAÇÃO 70 - MAPA DO ESTADO DE RORAIMA COM A
MACRO-LOCALIZAÇÃO DA UHE DO COTINGO
ESCALA GRÁFICA
0 50 100 Km
ESCALA APROXIMADA : 1 : 1..500.000
ILUSTRAÇÃO 71 - LOCALIZAÇÃO REGIONAL DA UHE DO
COTINGO
- Dados Vitais do Projeto
- Área Inundada - 1ª etapa 2.781 ha
2ª etapa 3.681 ha
- Potência Gerada - - 1ª etapa 136 MW
2ª etapa 186 MW
- Custos 1ª - fase Obra US$ 94.000.000,00
Juros US$ 17.000.000,00
Total US$111.000.000,00
Linha de Transmissão US$ 47.000.000,00
Total Geral US$ 158.000.000,00
extensão da linha de transmissão.
A UHE do Cotingo não apresentará os graves problemas ambientais atualmente
encontrados em usinas hidrelétricas da Amazônia devido:
• A Bacia do Médio Rio Cotingo é totalmente atípica com relação aos
ecossistemas amazônicos, principalmente pela cobertura vegetal pobre e
rarefeita (savana estépica), fauna muito escassa, altas declividades e
predominância absoluta de solos pedregosos.
• Reduzidíssima biomassa a ser inundada, gerando consequentemente poucos
gases que podem vir a acidificar a águas do lago e a conseqüente corrosão das
turbinas.
• Somados a todos estes fatores temos a desmistificação de hipóteses e
conceitos alarmistas sobre a qualidade ambiental das hidrelétricas na
Amazônia que não se confirmaram com o passar do tempo, tendo sido
observados até comportamentos positivos nas UHE de Tucuruí, Balbina
e Samuel.
Como vantagens ambientais da Usina Hidrelétrica do Rio Cotingo podemos destacar:
- A UHE do Rio Cotingo ajudará muito na redução da elevada turbidez das águas
do médio Rio Cotingo, atualmente muito poluídas pela mineração clandestina e
predatória, feita por garimpeiros que arrendam as terras dos indígenas das
malocas da Maloquinha e Caju, tudo apoiado indiretamente pela FUNAI.
Com a melhoria da turbidez do rio e a implantação do repovoamento de peixes
será possível a pesca de subsistência no Baixo Vale do Cotingo e Baixo Rio
Surumu.
sendo pedregosa, de alta declividade, com poucas manchas de vegetação do tipo
savana estépica. A fauna é muito reduzida, principalmente devido à caça realizada
ha muitas décadas e também devido à pouca sustentabilidade dos ecossistemas da
área.
- A Hidrelétrica do Cotingo será sem sombra de dúvidas a usina de maior eficiência
ambiental na Amazônia, e pelos dados disponíveis uma das mais eficientes do
Brasil.
A tabela 45 a seguir nos dá a listagem das principais hidrelétricas da Amazônia,
com suas características básicas e seu índice de potência gerada dividida por área
inundada.
A Ilustração 72 mostra os gráficos comparativos entre diversas hidrelétricas da
Amazônia com relação ao índice potência gerada e área inundada.
Tabela 45 - Quadro comparativo da eficiência das hidrelétricas da Amazônia. (MW/Km2).