Tese Doutorado

 

 

 


TABELA 33 - ÁREAS INSTITUCIONAIS EM RORAIMA

 

 

 

TIPO DE ÁREA

 

SITUAÇÃO

 

Km2

 

%

OBS

 

ÁREAS INDÍGENAS
[FUNAI]

HOMOLOGADAS
DEMARCADAS
INTERDITADAS
IDENTIFICADAS
SUB-TOTAL

67.069,70
   4.000,00
          6.000,00
   22.475,00
99.544,70

30,48
   1,82
  2,72
  10,22
45,24

 

(1)

 

 

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
[IBAMA]

ESTAÇÕES ECOLÓGICAS

MARACÁ
NIQUIÁ
CARACARAÍ

   1.013,12
   2.866,00
   3.945,00

  0,46
  1,30
  1,79

 

PARQUES
NACIONAIS
 

MONTE RORAIMA

[1.160,00]

*

 

VIRUÁ

[2.270,11]

**

 

SERRA DA MOCIDADE

[3.945,00]

**

 

(2)

FLORESTA NACIONAL
DE RORAIMA

[26.746,85]
1.382,33

*
0,63

 

SUB-TOTAL

   9.206,45

4,18

 

ÁREAS MILITARES
[EXÉRCITO]

MARARÁ

1.627,00

0,74

 

NIQUIÁ

      908,00

0,41

 

UNIVINÍ

   3.655,00

1,66

(3)

VILA PACARAIMA (BV-8)

        [9,00]

*

 

TUCANO

      219,00

0.10

 

 

SUB-TOTAL

 

  6.409,00

 

2,91

 

 

TOTAL

 

GERAL

 

115.160,15

 

52,34

 

ORGANIZADO  POR JAIME DE AGOSTINHO – 1 999

 


LEGENDA :

                                                                           
 * :   JÁ   ENGLOBADAS  NAS  ÁREAS  INDÍGENAS                  FONTES:      (1) – FUNAI
** : AINDA PERTENCENTES AO EXÉRCITO                                                     (2) - .Exército
                                                                                                                                        (3) -  IBAMA

       ÁREA OFICIAL – IBGE:.............................. 225.017,00 Km²

       ÁREA DE AJUSTE FRONTEIRIÇO
       COM A VENEZUELA  (CPRM ).................      5.000,00 Km²
       ÁREA  ADOTADA NOS CÁLCULOS :....... 220.017,00 Km²

Áreas institucionais do Ministério da Defesa  ( Exército ):
Atualmente quase 3% da área total do Estado são de responsabilidade do Ministério da Defesa através do Exército Brasileiro.  Estas áreas foram criadas com as finalidades de treinamento militar e também com áreas tampões entre as comunidades indígenas e a sociedade envolvente.  Atualmente boa parte delas no Estado de Roraima estão passando por um processo de transferência para o IBAMA, com a finalidade da implantação dos Parques Nacionais da Serra da Mocidade e do Viruá, tendo a maior parte das áreas militares de Marará, Niquiá e Univiní incorporadas aos mesmos.

Unidades de Conservação do IBAMA :
                Mais de 4% do Estado é composto de Unidades de Conservação Ambiental administradas pelo IBAMA, com a tendência de perfazer quase 7% devido às agregações de áreas do Exército Brasileiro a dois novos Parques Nacionais a se implantarem.  Independentemente disto temos o Parque Nacional do Monte Roraima que está inserido dentro da  Área Indígena pretendida Raposa – Serra do Sol, num total de 1.160 Km².
A Ilustração 38 nos dá a localização espacial das áreas institucionais do Ministério da Defesa (Exército Brasileiro) e do IBAMA no Estado de Roraima.

 

 

 

ILUSTRAÇÃO 38 -  UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL DO IBAMA E                                            
                                    ÁREAS DO EXÉRCITO NO ESTADO DE RORAIMA



 



Áreas Indígenas:
Quase 50% do Estado de Roraima compõem-se de Áreas Indígenas, existindo ainda possibilidades de sua expansão o que se torna momento um obstáculo ao desenvolvimento de Roraima, principalmente por uma ausência de regulamentação da Constituição Federal quanto aos aspectos relativos à utilização dos recursos naturais nestas áreas por não índios.  Somado a isto temos a postura da FUNAI – Fundação Nacional do Índio, que juntamente com entidades não governamentais religiosas e civis, algumas estrangeiras, que radicalizam um melhor entendimento entre os indígenas e as populações não indígenas que vivem também nestas áreas.         O Estado de Roraima pode ser dividido em 7 grandes blocos de áreas indígenas,  especificadas pela tabela  34.

TABELA 34 – BLOCOS DE ÁREAS INDÍGENAS EM RORAIMA –
                         DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ETNIAS

BLOCO

ETNIAS PREDOMINANTES

I    – ÁREA IANOMAMI

MAIANGONGUE
MACÚ
UAICÁ
IANOMAMI

II –   LAVRADO CENTRAL

MACUXI
UAPIXANA

III –  SÃO MARCOS

MACUXI
UAPIXANA
TAUREPANG

IV –  NORTE - NORDESTE

INGARICÓ
JARICUNA
MONAICÓ
MACUXI
UAPIXANA
PANTAMONA

V –  ALTO TACUTÚ

UAPIXANA
MACUXI

VI – MAPUERA - TROMBETAS

UAI UAI

VII-  SUL

UAIMIRI
ATROARI

                                                                        Organizado por Jaime de Agostinho – 1 999
A Ilustração 39 nos mostra a localização geográfica em Roraima destes blocos

     N

 
ILUSTRAÇÃO 39 – RORAIMA - GRANDES BLOCOS DE ÁREAS INDÍGENAS

                   JAIME DE AGOSTINHO  -  1 999

  

 


Com relação à situação jurídica das áreas indígenas do Estado de Roraima, podemos classifica-las conforme a Legislação Federal vigente, em:
HOMOLOGADAS
IDENTIFICADAS
DEMARCADAS
INTERDITADAS
No caso de Roraima, temos hoje (ano 2 000) a seguinte situação mostrada na Tabela 35:
TABELA 35 – SITUAÇÃO DAS ÁREAS INDÍGENAS DE RORAIMA – 1 999


SITUAÇÃO

ÁREA  ( Km² )

HOMOLOGADAS

67.079,70

IDENTIFICADAS

22.475,00

DEMARCADAS

4.000,00

INTERDITADAS

6.000,00

TOTAL

99.544,70

                                                                                                                                                       Fonte : Funai

 

                 A Ilustração 40 nos dá a distribuição espacial das áreas indígenas no Estado

 

 

Roraima, classificadas de acordo com a sua situação jurídica.
ILUSTRAÇÃO 40 – ÁREAS INDÍGENAS  DE  RORAIMA

 


 

 


6.3.2  - ÁREAS DE OBSTÁCULO FÍSICO

 

Independentemente das áreas institucionais, o Estado de Roraima possui uma parcela significativa de seu espaço geográfico comprometida para uso econômico tradicional. São as áreas rochosas e as permanentemente alagadas, mostradas na Ilustração  41, somente no território disponível para o desenvolvimento (excluídas as institucionais).

ILUSTRAÇÃO  41  - RORAIMA - ÁREAS DE OBSTÁCULO FÍSICO AO
                                     DESENVOLVIMENTO (ÁREAS ROCHOSAS E ÁREAS
                                     PERMANENTEMENTE INUNDADAS )


 

 

 

                 Fonte  ZEE RR 1 998

  



6.3.3 - FAIXA DE FRONTEIRA

 

A faixa de fronteira de 150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres do Brasil, independentemente de não ser obstáculo ao processo de desenvolvimento do País, possui uma série de exigências legais que devem ser cumpridas junto ao CDN (Conselho de Defesa Nacional) cuja secretaria executiva é exercida pela SAE-Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Roraima possui quase 70% de seu espaço geográfico contido dentro da faixa de fronteira, tal como pode ser verificado na Ilustração 42.

ILUSTRAÇÃO 42  - RORAIMA - FAIXA DE FRONTEIRA (150 Km)
 

 


 7  - POTENCIAL  DE  RECURSOS  NATURAIS

 

Tal como foi visto nos capítulos anteriores, Roraima tem um elevado potencial de recursos naturais, quer sejam eles renováveis ou não renováveis. O Estado possui um modesto, porém significativo volume de recursos madeireiros; elevado potencial hidráulico, mineral e de fontes não convencionais de energia; um grande número de pontos paisagísticos propícios ao turismo e razoável potencial pesqueiro e de produtos florestais de extração direta. Independentemente da existência de toda esta riqueza o Estado tem atualmente restrições à sua total utilização devido mecanismos institucionais que variam de grau de dificuldade, tal como mostra a tabela 36.
 
TABELA 36  - RESTRIÇÕES AO USO DOS RECURSOS NATURAIS  EM
                         RORAIMA

 

GRAU

DESCRIÇÃO

OBS.

 

ÁREAS DE USO PERMITIDO CONFORME LEGISLAÇÃO

ZONA DE SEGURANÇA - FAIXA DE FRONTEIRA (150 KM)

LEI 6634 DE 02/05/79
DECRETO 85064 DE 26/08/80
CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 20, II E XI   Parag. 2º

 

RESERVA GARIMPEIRA DA         SERRA    DO      TEPEQUÉM

DECRETO LEI 227 DE 28/2/67
DECRETO LEI 318 DE 14/3/67
PORTARIA MME 143 DE 31/1/84

 

ÁREAS   DE   FLORESTA   AMAZÔNICA

CÓDIGO FLORESTAL
LEIS, DECRETOS E NORMAS DO IBAMA

 

ÁREAS DE USO CONTROLADO

FLONA - FLORESTA NACIONAL DE RORAIMA

DECRETO 97545 DE 01/3/80
NORMAS DO IBAMA

 

ÁREAS INDÍGENAS:

  • IDENTIFICADAS
  • DELIMITADAS
  • DEMARCADAS
  • INTERDITADAS
  • HOMOLOGADAS

ESTATUTO  DO   ÍNDIO
DECRETO 22 DE 04/2/91
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 231 Parag. 3º
Diversas Portarias Interministeriais

 

 

ÁREAS    DE    USO    RESTRITO

ESTAÇÕES ECOLÓGICAS

  • ILHA DE MARACÁ
  • NIQUIÁ
  •  CARACARAÍ

IBAMA
DECRETO 86061 DE 2/6/81
DECRETO 91307 DE 3/6/85
DECRETO 87222 DE 31/5/82

 

ÁREAS DO EXÉRCITO
-     UNIVINI

  • MARARÁ
  • TUCANO
  • BV-8

 

7.1  - Potencial  madeireiro

O maior potencial madeireiro do Estado vai concentrar-se na porção Sul e Sudoeste onde  os estudos do Projeto   RADAMBRASIL encontrou um volume  médio de 80 m3/ha.     Estudos realizados por este mesmo projeto  juntamente como o IBGE não recomendam a exploração madeireira entre os rios Uraricoera e Mucajaí, devido as características do relevo e tipologia de relevo.
As florestas densas e com alta volumetria, superior a 150 m3/ha ocupam 43,2% do território do Estado, num total de 9.934.335 há, enquanto que 54,6% do Estado é ocupado por floresta de baixa volumetria, inferior a 80 m3/ha num total de 12.561.259 ha.
É importante notar que as florestas de alta e média volumetria somente vão ter por volta de 30% de área disponível para exploração devido a existência de mecanismos institucionais que proíbem a sua utilização (áreas sob controle da FUNAI, IBAMA e Exército).

7.2  - Potencial hidráulico

É bastante significativo o potencial hidroenergético avaliado no Estado de Roraima em 1972 pelo Comitê Coordenador dos Estudos Energéticos da Amazônia - ENERAM, que estimou em mais de 1.255 MW o potencial energético de Roraima, assim dividido:

Santo Antônio do Pão                    468  Mw
Bacurau                                          192  Mw
Surapi                                             118  Mw
Uiacué                                              99  Mw
Tamanduá                                         10  Mw

Estes estudos mostram uma pequena parte do elevado potencial hidroenergético existente no Estado, principalmente nos rios Uraricoera e Mucajaí, com excepcionais condições para construção de reservatórios de pequena área de inundação e alta eficiência geradora de energia.

 

 

7.3  - Potencial Paisagístico

Roraima possui um dos maiores potenciais de toda a Amazônia Brasileira, principalmente pela múltipla variedade de ecossistemas naturais e pela existência de variações bruscas nas paisagens naturais  devido principalmente a diferenciações de caráter geológico e morfológico.
O turismo é no momento a área que necessita de maiores estudos no Estado, visando diagnosticar-se a potencialidade dos recursos cênicos existentes e definirem-se prioridades na sua exploração racional. Levantamentos muito tímidos tem sido feitos pela área governamental neste sentido  mas sem a definição de uma política para a utilização destes recursos.
A mídia nacional e internacional tem realizado alguns trabalhos de identificação de pontos de elevado potencial paisagístico no Estado, só que de uma forma esporádica e sem integração num plano global.
Alguns estudos estão em andamento, ou sendo planejados, visando diagnosticar áreas de potencial paisagístico, podendo-se destacar a Serra do Tepequém e  a Serra Grande junto à Boa Vista.
Até hoje somente uma área no Estado, de elevado potencial paisagístico foi  considerada pelo Poder Público Federal ,  que é a Estação Ecológica da Ilha de Maracá, usada para estudos por cientistas brasileiros e estrangeiros, bem como para visitação pública visando projetos de educação ambiental para escolares,  sendo esta atividade não recomendada  para este tipo de unidade de conservação.
O Parque Nacional do Monte Roraima é outra unidade de conservação de responsabilidade do IBAMA-Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, criado através do Decreto Federal 97.887 de 26/06/89, ainda não foi delimitado e demarcado na sua totalidade inexistindo até o momento um plano de manejo para iniciar as suas atividades, sendo inclusive área pretendida pela FUNAI.

A Venezuela tem  em seu Parque Nacional Canaima limítrofe ao Parque Nacional do Monte Roraima, uma fonte significativa da sua renda nacional na exploração do turismo ecológico desta área normalmente com a participação das comunidades indígenas da etnia pemon, habitantes  da região,  no seu gerenciamento. No caso do parque Nacional do Monte Roraima está existindo um sério problema institucional entre o IBAMA e a FUNAI, já que esta última englobou a área do parque dentro da área indígena

 

 

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