Bacia do Rio Cotingo

 

 

 

 

Unidade de Mapeamento: PLS-1
Classe de Aptidão: 3(abc) - Aptidão para lavoura restrita nos níveis de manejo A,B, e C.

Análise: Os fatores limitantes desta unidade de mapeamento são devido  a deficiência de fertilidade e de água, causados pela interação entre um solo de profundidade efetiva muito pequena (restrita ao horizonte A) e um clima com um período seco podendo variar de 4 e 6 meses. Há ainda problemas de excesso  de água na época das chuvas devido a baixa permeabilidade interna destes solos. Não são problemas sérios, os impedimentos à mecanização e a susceptibilidade à erosão ocorrendo mais na época das chuvas junto à rede de drenagem. Estes solos podem ser utilizados em lavoura (níveis de manejo A, B e C), em pastagem plantada (Nível de manejo B) e em pastagem natural (nível de manejo A), sendo incompatíveis para uso com culturas perenes, devido ao estresse radicular provocado pela alternância entre período seco e úmido, que pode abrir fendas internas no perfil, romper ou estrangular raízes. Mas pelo aspecto de ter impedimentos naturais para perda de água através do perfil (pouca porosidade, camada endurecida), pode vir a ser bastante importante para a rizicultura na região. Uma vez que sua morfologia permite uma implantação mais fácil do arroz irrigado devido à baixa taxa de infiltração da água no solo.

Considerações sobre as Espécies:

Considerações sobre o manejo:

 

 

 

 

 

 

Unidade de Mapeamento: HG-2
Classe de Aptidão: 3 (bc)  - Aptidão regular para lavoura nos níveis de manejo B e C, e inapta para o nível de manejo A.

Análise: Estes solos podem ser destinados ao cultivo de lavouras anuais, para pastagem plantada e para pastagem natural. Pela deficiente drenagem que apresenta (excesso de água) não são compatíveis a culturas perenes e silvicultura. Suas limitações são muito fortes no que diz respeito à fertilidade, a saturação com alumínio é muito alta e a quantidade de nutrientes é muito baixa, sendo a correção destes solos muito difícil.
Considerações sobre espécies:

 

Considerações sobre manejo:

 

 

Unidade de Mapeamento:  SL-5
Classe de Aptidão: 6 -Sem aptidão para uso agrícola

Análise: A unidade SL-5 é denominada por afloramentos rochosos e tem relevo montanhoso, ficando inviável sua utilização, o que justifica a classe 6 de aptidão, inapta para qualquer tipo de exploração agropecuária. Nesta área existe apenas uma agricultura de subsistência (roça) feita na serra pelos nativos da região e por enquanto não se constitui em problema ambiental. É necessário que os nativos compreendam que o aumento desta lavoura nas serras, caso a população das comunidades cresça, não vai poder acompanhar este crescimento, pois o ecossistema associado é de lenta recuperação e por isso mesmo, de alta fragilidade.

Unidades de Mapeamento: SL-6, SL7 E SL-8
Classe de Aptidão:5n - Aptidão regular para pastagem natural.

Análise: Estes solos só não apresentam deficiência de drenagem, todas as demais limitações (fertilizantes, água, erosão e mecanização) ocorrem e em alto grau. O principal fator limitante é a pequena profundidade, seguido da ocorrência de rochosidade e pedregosidade em grandes áreas. Todas as outras características destes solos são restritivas ao uso agrícola, porém, a alta adaptação da vegetação natural a este ambiente, vem tornando possível a exploração com pecuária extensiva sem que haja depauperamento do ecossistema. Os dados levantados sobre erosão nestas áreas são insuficientes, tendo que ser aprofundados, porém sabe-se que ocorre principalmente na forma de erosão laminar. Quando ao uso do fogo para a renovação das  pastagens naturais, há sérias restrições, pois os próprios fazendeiros reclamam que seu uso excessivo vem causando empobrecimento das pastagens e até alterações na composição das espécieis gramíneas dominantes, o que  causa uma diminuição na qualidade dos pastos.
Pelo baixo nível de informações sobre estas unidades, o mapa de aptidão teve que ignorar nuances micro-regionais do relevo para a recomendação de utilização destes solos. Da mesma forma, a subclasse de aptidão para pastagem ficou em Regular, não podendo-se afirmar com segurança se está havendo super ou subvalorização dessas pastagens.
Na prática, em relação ao uso destes solos com pecuária extensiva (pastagens naturais), o que se observa é a sustentabilidade desse sistema e a fonte mais segura de tal constatação é a própria pecuária que continua se realizando na área com sucesso até os dias atuais, já passados mais de cem anos desde a implantação das primeiras fazendas da região. Em análise conjunta junto aos demais membros do Zoneamento foi observado que sub-áreas dentro  destas unidades deveriam ser colocadas em regime de conservação, o que está exposto não no mapa de aptidão, mas no mapa do Zoneamento da Bacia do Rio Cotingo (1ª aproximação).

Considerações sobre as espécies:

Considerações sobre manejo:

 

Unidade de Mapeamento: A-3
Classe de Aptidão: 2 abc - Aptidão regular para lavoura nos níveis de manejo A,B, e C.

Análise: Estes solos ocorrem em manchas ao longo do Rio Cotingo e sua  área é pequena. São periodicamente inundados pelo rio inviabilizando o cultivo de espécies perenes, devendo ser utilizado com espécies de ciclo curto. São solos de boa fertilidade, sem problemas de erosão, com alguma deficiência de água no período seco e com impedimentos à mecanização. Seu uso deve ser mantido com agricultura de subsistência pela importância representada para as comunidades. É importante ressaltar a grande infestação de ervas invasoras que faz com que áreas muito infestadas sejam descartadas do uso com lavouras e postas ao uso com pastagens, por isso consideramos esta área também para utilização com  pastagem natural. Deve-se ressaltar que o seu melhor uso é com lavoura e não com pastagem, devendo-se objetivar o controle das ervas, para que seja mantido seu potencial para lavoura o maior tempo possível.

Considerações sobre espécies:

Considerações sobre o manejo:

 

 

3.7- MORFOLOGIA

3.7.1- Geomorfologia

3.7.1.1- Geomorfologia Básica

Na elaboração da geomorfologia básica da região é necessário termos  estudos geológicos da área,  bem como a localização, delimitação e descrição precisa das formas de relevo. A altimetria e a sua relação com as diversas formas de relevo vai ser   importante na definição dos diversos níveis de ação dos mecanismos morfogenéticos passados  e atuais. O levantamento geomorfológico permitir  preliminarmente o estabelecimento dos principais domínios morfoclimáticos e morfoestruturais da área de estudo.
Independentemente das dificuldades que possam existir, o levantamento das formações superficiais é fundamental na comprovação da geomorfogênese e na dinâmica da evolução geomorfológica atual,  de vital importância na definição de usos mais adequados às atividades humanas da área (sítios para ocupação humana, traçado de estradas, mecanismos de proteção ambiental, extração de recursos naturais, etc.).

 

FIGURA 31 - GEOMORFOLOGIA DA BACIA DO RIO COTINGO

                                             

 

3.7.1.2- Unidade Morfo-Estrutural

A Bacia do Rio Cotingo, área prioritária n.º 1 do ZEE/RR vai ter dentro de si o mais variado conjunto geomorfológico do Estado. Nela nós temos as superfícies baixas recobertas por sedimentos recentes que sobem gradual e até abruptamente até as altas escarpas. Esta área insere-se na unidade morfo-estrutural denominada como Planaltos  Residuais de Roraima.
Antônio Teixeira Guerra, em 1956, Geógrafo do então Conselho Nacional de Geografia, denominou esta área como Peneplano Fóssil, considerada posteriormente pelo Projeto RadamBrasil - 1975, como Pediplano Rio Negro - Rio Branco.
É uma extensa superfície de aplainamento que apresenta áreas conservadas e dissecadas em rochas pré-cambrianas do complexo guianense, sedimentos inconsolidados da cobertura sedimental pleistocênica, bem como sedimentos conglomeráticos, arenosos e argilosos, pouco consolidados da formação Boa Vista.

 

3.7.1.3- Domínio Morfoclimático

A área da Baixa Bacia do Rio Cotingo insere-se no domínio morfoclimático em patamares erosivos e superfícies pediplanadas. A pedogênese desta área desenvolvida neste ambiente bioclimático mostra dominância de solos dos tipos latossolo amarelo, laterita hidromórfica e algumas áreas de solos litólicos (Corrêa, Peres e Souza - 1975). Esta pedogênese é compatível aos processos morfoclimáticos.
A morfogênese atuante sob este domínio é representada por um extenso pediplano, conhecida como Campos do Rio Branco, coincidindo na área com a Formação Boa Vista. Ao subirmos o Rio Cotingo a partir de sua Foz no Rio Surumu vamos ter uma seqüência de patamares erosivos intercalados por elevações mais ou menos paralelas dissecadas em cristas, pontões e em colinas. Estas formas de relevos são adaptadas a um clima mais seco e com uma cobertura vegetal menos protetora. Os inselbergs e as crostas ferruginosas da Formação Boa Vista comprovam a permanência ou continuidade destas condições morfoclimáticas por um tempo considerável.

 

3.7.1.4- Processos Morfogenéticos

O processo de pediplanação pós-formação Boa Vista aplainou a área denominada Campos do Rio Branco. Sendo que a drenagem concentrou-se numa série de veredas em grande densidade. E mostrando a influência da dissecação atual em avanço sobre a área dos campos. O Projeto RADAM - 1975 sugere a seguinte seqüência com relação a este evento:

 

 

 

 

3.7.1.5- Oscilações Paleoclimáticas

Na área de estudo encontra-se uma série de informações que ajudam a dar uma melhor compreensão das oscilações paleoclimáticas no cenozóico. A existência da vegetação arbustiva não muito densa e a predominância do tipo herbáceo permitiu  a exposição maior das formações superficiais que podem comprovar algumas fases de paleoclimas.  A estrutura de estradas na área ajudou bastante na identificação de paleoclimas através da análise dos perfis de alterações de rochas aí existentes.
O Projeto RADAM, com base no mapeamento geomorfológico e na análise de algumas formações superficiais, organizou uma seqüência de paleoclimas durante o cenozóico, dividida em cinco períodos, listados abaixo sem, uma cronologia muito precisa devido a ausência de estudos detalhados de correlação estratigráfica  das formações geológicas e da ausência de estudos paleontológico em área próximas:

 

 

** Neste período supõe-se que tenha havido um recuo do clima úmido para o Oeste do Estado e uma penetração de um clima seco na porção Nordeste. Os efeitos deste clima seco estão mais preservados, principalmente ao Norte de Boa Vista (São Marcos e a área de estudo) onde encontram-se pediplanos entramontanos.

 

3.7.1.6- Geomorfologia Aplicada ao Baixo Rio Cotingo

 

A área de estudo representa dentro da Bacia do  Cotingo a mais conhecida e de ocupação humana mais tradicional. Seu relevo aplainado, sua cobertura vegetal e a sua localização dão a este espaço geográfico múltiplas opções para um planejamento regional que no momento atual somente ficam na dependência de uma solução quando à institucionalidade ou não da área (área indígena contínua Raposa-Serra do Sol).
Devido ao equilíbrio geomorfológico/ecológico instável que caracteriza a área de estudo, qualquer novo direcionamento de uso ou ocupação do solo deve-se levar em consideração as diversas variáveis aqui estudadas.
A instabilidade do equilíbrio citada acima se relaciona diretamente às inúmeras lagoas que compõem principalmente a parte baixa da topografia  local.  Estas lagoas estação em processo de coalescência, unindo por uma drenagem que tende a transformá-las em áreas secas e a instalar uma rede fluvial organizada.
O processo de abertura de drenagem até o momento é natural, sendo resultante da retomada da erosão holocênica, que encampou os Rios Surumu e Cotingo. Na medida que as lagoas modificaram sua forma redonda em oval e depois se incorporaram aos cursos d'água, a erosão dos tesos se acentua e o entulhamento das lagoas vai ser uma conseqüência natural do processo.
A ocupação humana da área de estudo, bem como a pecuária generalizou e acelerou em algumas área do processo erosivo e a definição da drenagem.
Em 1956 o Geógrafo Antônio Teixeira Guerra em observações efetuadas nesta região chamou a atenção para o que chamou de dessolagem, que indica o mecanisão de remoção superficial do solo pela erosão laminar em relevos quase planos.
Na área de estudo ocorre a remoção pela erosão laminar da cobertura síltica-argilosa da Formação Boa Vista, expondo em algumas áreas espessas coberturas de crostas ferruginosas e em algumas áreas ao Norte  o embasamento pré cambriano.
A tendência geomorfológica implica na área em fenômenos interligados, quais sejam: ampliação dos tesos com exposição de crostas, diminuição do número e da dimensão das lagoas e a formação de uma drenagem organizada que avança sobre a cobertura graminosa de veredas de Miritis.
Caracterizado o equilíbrio erosivo instável, a ocupação desta área solicita estudos detalhados e planificampo que não impliquem em generalizações muito grandes.
Na construção de estradas de primeira ordem e as vicinais na área, deve-se ter muito cuidado no sentido de serem reativados ou acelerados os processos morfogenéticos indutores da erosão e assoreamento.
A quantidade de lagoas na área de estudo é outro fator bastante importante nos processos geomorfológicos desequilibradores do meio ambiente. Quanto maior o número de lagoas numa área, menor a quantidade de pisoteio do gado, sendo portanto menor a ocorrência de ravinamento em solos descobertos.
Por outro lado a indiscriminada construção de açudes de terra deve ser evitada e no planejamento destas estruturas deve-se levar em conta que durante a elevação das Águas serão atingidas as faixas de encosta suaves, entre o topo dos tesos e a margem das lagoas. O aparecimento de zonas de exudação do lençol freático pode criar movimentos de solo que deslizar  em direção à Água. Este processo cria microrelevos (murunduns) de difícil controle e aproveitamento.

 

3.7.2- Unidades de Relevo

A área de estudos é muito contrastante em termos de topografia, variando desde a grande planície passando pelos tesos, serras de regular altitude. Isoladas ou em cadeias firmando na imponência dos relevos residuais da formação Roraima onde temos o Monte Roraima, Caburaí e Serra do Sol.
Após o Boqueirão do Rio Cotingo na Serra do Triunfo ou Quixadá, temos na margem direita do Cotingo uma área plana, salva das inundações por um barranco por volta de 10 metros de altura onde se assenta a Maloca do Contão num teso de 138 metros de altitude e suas infra-estruturas. A altimetria desta área varia em média de 121 a 122 metros de altitude. Mais ao sul o teso continua numa altimetria variação de 105 a 118 metros até atingir a foz do Rio Cotingo no Rio Surumu. Nesta área sobressaem-se alguns relevos residuais como ‚ o caso do Morro do Pium (138 mts) e o do Guariba (156 mts).
Na margem esquerda do Cotingo no seu baixo curso, vamos ter uma área de planície sujeita em parte às inundações do Cotingo e ao acúmulo das Águas das chuvas, variação de 100 até 122 metros de altura junto ao sopé das serras.
Nesta área temos penetração de dois esporões de serras, a do Calango (513 metros) e a do Camarão (540 metros). Os assentamentos nesta área estão em pequenos tesos: Fazenda Lembrança = 117 metros, Maloca do Araçá = 145 metros, Maloca Olho D' água = 142 metros.
Dividindo a região plana do sul da área de estudos das porções de planícies intermontanas do norte, temos um lineamento de grandes serras que cortam  a área do sentido E-W. São elas: Serra da Vitória (806 mts), Triunfo ou Quixadá  (741 mts), Memória (767 mts).
Na planície intermontana do norte da área temos a variação altimétrica de 190 a 250 mts que tende a aumentar sensivelmente   medida que vamos para o norte junto às serras que fecham o perímetro da área de estudo, onde a planície pode atingir os níveis médios de 200 a 270 metros.
A partir da Planície Intermontana inicia-se uma sucessão de serra que começam a ter bastante imponência altimétrica: Serra da Mara, Uarung Kaieng, Saporã, Paracanari, Rato, Sapão, Mirari, Arai,Verde, Sol, Caburaí, e Pacaraima (Fig. 32).
O ponto culminante da área é o Monte Roraima com   2.772 mts.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FIGURA 32 - GRANDES UNIDADES DE RELEVO  DA BACIA DO RIO COTINGO

 

                     
                       

3.7.2.1 - Unidades de  Relevo do Baixo Rio Cotingo

 

A área da Baixa Bacia do Rio Cotingo está  contida em sua maior parte na sub-unidade de relevo denominada de Campos do Rio Branco, conhecida anteriormente como Campos de São Marcos. Foi assim denominada por Myers em 1936 e ‚ dentro do Estado a área que oferece maiores condições naturais para o povoamento e o uso para pecuária extensiva, principalmente por suas condições de relevo, clima e cobertura vegetal. A sua faixa de altitude está  compreendida entre 100 e 130 metros, podendo atingir 160 metros.
A rede de drenagem é densa e se enquadra de um modo geral no padrão dendrítico, sendo que em algumas área os cursos d’água adaptam-se às linhas estruturais quando aí definem um padrão de drenagem retangular.
O relevo da Baixa Bacia do Cotingo é predominantemente aplainado e foi elaboração basicamente sobre os sedimentos pleistocênicos da Bacia de Boa Vista. Por ser esta formação de pouca espessura, são encontrados diversos afloramentos rochosos do embasamento, constituindo áreas isoladas (Serra da Maria Preta, Morro do Guariba, Morro do Rato, Morro do Milho, etc.) ou algumas serras de extensão relativamente importante (Serra do Calango, Serra do Camarão, Serra  Vitória, Serra do Triunfo ou Quixadá , Serra da Memória, etc.) (Fig. 33).
É uma superfície pediplanada ainda conservada com as rochas aflorantes do embasamento constituindo inselbergs, com a topografia de ondulação pouco acentuadas, originadas pelo entalhamento incipiente da drenagem.
Na área as ondulações são conhecidas como “tesos”, ocorrendo com mais intensidade e extensão na margem direita do Rio Cotingo e tendo a ocorrência nestas áreas de blocos concrecionados ferruginosos.
Na área a drenagem e incipiente e constitui-se de pequenos igarapés, a maioria intermitentes, marcados por alinhamentos de buritizais, seguindo um padrão de veredas. Vamos encontrar na área inúmeras lagoas de forma normalmente circular que podem estar isoladas pelos tesos ou parcialmente drenadas para os igarapés ou para o próprio Rio Cotingo. Algumas destas lagoas estão em coalescência formando igarapés. Na época do verão (estiagem) estas lagoas têm um intenso processo de assoreamento, formando-se círculos concêntricos brejosos limitando a parte central com Água. Mesmo estação secas, estas lagoas não desaparecem da paisagem, restando depressões circulares do tipo celular e em alguns casos amebóides (Barbosa - 1959).

 

 

 

 

 

FIGURA 33 - UNIDADES DE RELEVO DO BAIXO VALE DO RIO COTINGO

                                                   

 

 

 

 

 

 

3.8- RECURSOS HÍDRICOS

3.8.1- Hidrografia da área

O Rio Cotingo tem as suas nascentes nas  encostas do Monte Roraima e após percorrer aproximadamente 210 quilômetro deságua no Rio Surumu do qual é o principal afluente.
Percorre na sua porção inicial mais de 50 quilômetro em área de relevo bastante acidentado coberto de matas densa. Das nascentes dirige-se por mais 30 quilômetro na direção aproximadamente Oeste-Este , dirigindo-se aí violentamente para o sentido Norte-Sul, correndo ainda em relevo  altamente acidentado por mais de 50 quilômetro até um pouco abaixo da Foz do Rio Quinô . A partir deste ponto deflete novamente no sentido Oeste-Leste por quase 30 quilômetros onde dirige-se no sentido NE-SW por mais 40  quilômetros. Todas estas variações radicais do seu médio curso são ligadas diretamente à estrutura Geológica  Regional , principalmente falhamentos.
O Rio Cotingo na altura aproximadamente do paralelo 04º 15’N corre numa depressão subsequente, e ao mesmo tempo epigenética, uma vez que alcançou os terrenos do embasamento. A depressão está alinhada na direção aproximada Nordeste-Sudeste. Um pouco a jusante deste paralelo deve existir uma soleira que motivou uma parada sensível da erosão vertical, dando aparecimento a meandros.
Na altura aproximada de 04º05’N, o Rio Cotingo corta um grande alinhamento de rochas cristalinas de direção WNW-ESE.
No Baixo Vale do Rio Cotingo temos uma contribuição de afluentes muito maior na margem esquerda tal como verifica-se no diagrama unifilar (fig.34) devido principalmente a bacia de escoamento das serras do Triunfo ou Quixadá e da Memória que estabelece-se na grande planície.
Na planície intermontana ao norte da Serra da Memória, o Rio Ucuruí vai captar praticamente toda a drenagem da bacia e ter na época das chuvas um volume bastante significativo.
A navegação do Baixo Rio Cotingo é difícil devido a alguns travessões rochosos que aí ocorrem (Guariba, Maravilha, etc.), permitindo o uso de pequenas canoas em alguns curtos estirões.

Os principais afluentes do Alto Cotingo são:

Na Margem Direita: Rio Maurucava
                                Igarapé Chitú
                                Rio Quinô

Na Margem Esquerda: Rio Panari
                                    Igarapé Uaraino

 

 

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